A Polícia Judiciária terá desmantelado uma rede criada por cinco pessoas, três homens e duas mulheres, que seduziam pessoas nas redes sociais, convenciam-nas a enviarem fotos nuas ou semi-nuas e depois usava essas mesmas imagens como arma de chantagem, exigindo pagamentos para que não as enviassem a familiares, amigos ou patrões. Esta rede operava há mais de um ano em Portugal e os cinco membros têm idades entre os 30 e os 70 anos, sendo todos de nacionalidade brasileira. A PJ investigava o caso há muito tempo através de uma operação com o nome "Não Te Dispas Na Internet", conforme noticia o "Correio da Manhã" desta quinta-feira, 22 de junho.

5 perguntas e respostas sobre crianças e redes sociais. Estarão os pais a dar um bom exemplo?
5 perguntas e respostas sobre crianças e redes sociais. Estarão os pais a dar um bom exemplo?
Ver artigo

O modo de funcionamento da rede era simples. Começavam com conversas inocentes, que depois evoluíam para sedução, até ao ponto em que eram pedidas fotos ou vídeo em que as pessoas estavam nuas ou em situações comprometedoras. Depois, do outro lado, a pessoa da rede que as recebia fazia chantagem com o utilizador que as tinha enviado exigindo dinheiro para não as enviar a amigos, maridos, mulheres, namoradas, familiares ou patrões. Os valores pedidos andavam entre os 50 e os 200 mil euros, revela o "CM". A maior parte das vítimas — que a PJ estima serem perto de 300 — são homens, entre os 40 e os 50 anos, todos da classe média alta.

Os cinco membros da rede foram já detidos, anunciou a PJ esta quarta-feira, culminando assim com sucesso a Operação Não te Dispas Na Internet, conduzida pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime. “Esta investigação durava há um ano, e começou com duas queixas que levaram à identificação dos suspeitos através do dinheiro pago pelas vítimas. No entanto, há 3 anos que a PJ recebe queixas, cerca de 300". As palavras são de Carla Costa, coordenadora da unidade de cibercrime, citada pelo "Correio da Manhã". Para já, há "duas vítimas já bem identificadas", mas após uma “análise de documentação bancária vai levar a que mais apareçam”, disse a mesma fonte policial ao jornal. Carla Costa aconselha ainda a alguém que esteja a ser vítima de algum tipo de chantagem ou extorsão online, não tome decisões. “Não paguem, façam queixa. Pagar a chantagistas nada resolve. Só serve até para que haja mais extorsões".