No 79º aniversário da Polícia Judiciária, em Lisboa, na segunda-feira, 21 de outubro, Luís Montenegro revelou que já foi vítima de cibercrime. O primeiro-ministro diz terem usado a sua imagem e voz, com recurso a inteligência artificial, para vender produtos financeiros.
"Desde que sou primeiro-ministro, já apresentei umas três ou quatro queixas, porque, de repente enviavam-me, amigos, intervenções minhas que não eram minhas, mas era a minha cara que aparecia e era a minha voz", revelou Luís Montenegro. O primeiro-ministro acrescentou, ainda, que chegou a duvidar se "sonhara" ou "dissera" algo de que se esquecera, avançou o “Jornal de Notícias”.
Luís Montenegro reforçou que o Governo está “altamente comprometido” no combate ao cibercrime, a par da luta contra a corrupção e restante criminalidade económico-financeira e ao tráfico de seres humanos. “A dimensão do desafio que hoje todos nós enfrentamos (...) é brutal. Adulterar a verdade com um impacto destes é uma coisa avalassadora (...)”, revelou.
No discurso, e, relativamente ao tráfico de seres humanos, o primeiro-ministro frisou que este é precisamente "o único ponto de contacto entre uma imigração que não tem regulação e os níveis de segurança", voltando a rejeitar que haja qualquer correlação entre a imigração e o aumento da criminalidade, avançou o “Notícias ao Minuto”.
"Não que os imigrantes não sejam como os nossos nacionais: todos cometem crimes. Nós sabemos que as nossas prisões têm cerca de 15% a 17% de reclusos que são originários do estrangeiro. Estaremos mais ou menos, em termos de correlação, a acompanhar aquilo que é o desenho social que hoje temos em Portugal", referiu.