O planeta Terra está mais seguro desde esta madrugada. Pela primeira vez na História, a agência espacial norte-americana, NASA, conseguiu conduzir uma sonda até que ela embatesse num asteróide, mudando a sua trajetória. Este teste serviu para demonstrar que o mesmo poderá ser possível de fazer numa situação em que um asteróide de proporções catastróficas possa estar a encaminhar-se para o nosso planeta, e cujo impacto com a Terra poderia levar a uma destruição da vida humana. Foi isso que terá acontecido, por exemplo, há milhões de anos, e que levou à extinção dos dinossauros.
O impacto ocorreu já depois da meia-noite (00h14) desta terça-feira, 27 de julho, e o momento foi filmado pela NASA e transmitido em direto nas sua página de YouTube. A ver, em tempo real, estavam milhões de pessoas de todo o mundo. Na imagens é possível ver a festa dos cientistas da NASA aquando do momento em que é confirmado o impacto. Pode ver o vídeo aqui.
"Estamos a mudar o movimento de um corpo celeste natural no espaço, algo que a humanidade nunca havia feito antes". A explicação é de Tom Statler, que liderou esta missão, e que brincou dizendo que a operação foi "inspirada nos livros de ficção científica e na série 'Star Trek — Caminho das Estrelas'". "Era o que eu via na televisão, em ficção, quando era criança. E agora é real", disse, radiante.
A câmara usada pela NASA na sonda foi batizada de DRACO. A cada segundo, era enviada uma imagem para a estação espacial, que era transmitida no YouTube. Percebemos, assim, em direto, como a sonda se foi aproximando dos dois asteróides. O primeiro, com 780 metros de diâmetro, chamava-se Didymos, e o segundo, com 160 metros, foi batizado de Dimorphos, sendo que este segundo asteróide é um satélite que gira à volta do primeiro. A ideia foi a de fazer colidir a sonda com o asteróide pequeno e entender se a duração do seu movimento de translação (que era de 11 horas e 55 minutos) se alteraria após o impacto. Isso provaria que a sua direção mudou. Os testes irão agora decorrer durante algumas semanas, até se apurar se, de facto, a duração do movimento de translação foi alterada. A expectativa é a de que se consiga um desvio de aproximadamente 10 minutos. Os cientistas irão usar os poderosos telescópios Hubble e James Webb, da NASA, para observar os asteróides.