Ainda não são conhecidas as razões que levaram a que um professor universitário tenha deixado a filha de 10 meses durante 7 horas fechada dentro do carro, o que levou à morte da bebé, esta terça-feira, 12 de setembro, no parque de estacionamento da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), no Monte da Caparica, Almada. Ao que tudo indica, a criança terá morrido por asfixia devido ao calor, já que a temperatura exterior rondava os 25 graus, o que poderá significar que dentro do carro os termómetros terão passado os 40 graus.
O pai da bebé terá saído de casa com a filha perto das 8 da manhã, seguindo para a universidade, onde trabalhava. Deveria ter deixado a criança na creche para funcionários que existe no polo da faculdade, mas, ao que tudo indica, ter-se-á esquecido de o fazer. A bebé terá adormecido e o facto de estar em silêncio quando o pai parou a viatura terá levado a que o homem, professor no campus, não se tenha lembrado de a levar. O carro, um Seat familiar, ficou parado a 100 metros da creche.
De acordo com fontes policiais, foi apenas pelas 15h30 que o pai da bebé regressou à viatura e encontrou a filha, inanimada, na sua cadeirinha. Chamou de imediato o 112. Antes da chegada da equipa médica de emergência, o homem foi ajudado por uma aluna da FCT, que havia sido bombeira, e que executou manobras de reanimação da bebé, tentando que o seu coração voltasse a bater, mas sem sucesso. O INEM chegou pouco depois e foram feitas novas tentativas com manobras de reanimação. Nessa altura, já a mãe da bebé estava também no local. O óbito foi declarado mesmo ali, nesse momento.
Os pais, em choque, foram incapazes de prestar declarações e receberam apoio psicológico do INEM. A Polícia Judiciária foi acionada para o local e a viatura rebocada para fins periciais. Só esta quarta-feira o pai da criança deverá ser ouvido pela PJ para que se perceba exatamente porque deixou a criança durante quase 8 horas dentro da viatura. O corpo da bebé será, entretanto, autopsiado, o que ajudará a perceber as causas precisas da morte.