Nova Iorque e Pensilvânia foram alguns dos estados norte-americanos que a 29 de março ordenaram que as casas de repouso admitissem residentes infetados com COVID-19 que estivessem medicamente estáveis. Contudo, não seguindo o exemplo, a secretária da Saúde de Pensilvânia, Rachel Levine, retirou a mãe, de 95 anos, da instituição em que permanecia.
"A minha mãe pediu e eu e a minha irmã, como filhas dela, concordámos em transferi-la para outro local durante o surto de COVID-19", esclareceu Levine esta terça-feira, 12 de maio, depois de a notícia se espalhar no canal ABC27. E não se ficou por aqui: "A minha mãe tem 95 anos. Ela é muito inteligente e mais do que competente para tomar suas próprias decisões".
No dia em que anunciou a medida a secretária da Saúde também tinha falado da mãe, dizendo: "Precisamos de garantir que os nossos entes queridos em lares permaneçam seguros. E é por isso que, na verdade, eu também não posso visitar minha mãe".
Contudo, agora a secretária da Saúde enfrenta pedidos para renunciar ao tratamento de doentes com COVID-19 nas instituições de cuidados a idosos, uma vez que a medida acabou por se revelar fatal: o vírus espalhou-se por vários lares e matou mais de 2.600 residentes de casas de repouso, um aumento de 62% desde 16 de abril, de acordo com o jornal "Inquirer".
“A nossa secretária da Saúde, Dr. Levine, decidiu que seria bom permitir que pacientes positivos para a COVID-19 voltassem para as instalações de cuidados a idosos. E, como resultado disso, [o vírus] rebentou como fogo", disse Doug Mastriano, senador estadual da Pensilvânia, esta segunda-feira, 11 de maio, num comício em que pediu a renúncia de Levine.
A secretária não é a única a enfrentar acusações de má gestão sobre os lares de idosos, uma vez que também Andrew Cuomo, governador do Estado de Nova Iorque, tomou a mesma medida que Levine. Agora, as casas de repouso e outras instituições de assistência a idosos em Nova Iorque têm de esperar que os pacientes testem negativo para o vírus para poderem recebê-los de novo.