Amphan é o nome do ciclone que está a assustar a milhões de pessoas na Índia e no Bangladesh, uma vez que em menos de 36 horas pode estar a chegar à costa de Bengala Ocidental (Índia). O ciclone tornou-se a segunda tempestade mais forte que já passou na Baía de Bengala, Oceano Índico, que na noite de segunda-feira, 18 de maio, chegou a atingir rajadas de vento até 270 quilómetros por hora, dizem os dados do Centro Comum de Alerta de Tufões dos EUA, revelados pela CNN.

Apesar de ter enfraquecido desde que passou na Baía, continua a ser o equivalente a um furacão da categoria quatro no Oceano Atlântico, com ventos que atingem 240 quilómetros por hora. Principalmente numa altura em que a pandemia obriga muitas pessoas a estarem confinadas, a eminência de um ciclone está a assustar a população da Índia e do Bangladesh.

Estima-se que o super ciclone chegue na noite de quarta-feira, 20, à fronteira da Índia com o Bangladesh, mais precisamente perto da cidade indiana de Calcutá, onde vivem mais de 14 milhões de pessoas. Para evitar danos maiores, as autoridades já começaram a retirar mais de dois milhões de pessoas das respetivas zonas costeiras, sendo que Bengala Ocidental e Odisha estão em perigo imediato.

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"Poderá ser o ciclone mais intenso a atingir a região desde o ciclone Sidr", que matou mais de 3 mil pessoas em novembro de 2007, disse Bazlur Rashid, funcionário dos serviços meteorológicos do Bangladesh, à agência France-Presse (AFP).

A solução em condições normais seria levar as pessoas para abrigos de ciclones com capacidade para 500 mil pessoas, mas devido à pandemia que deve cumprir com as regras de distanciamento social, esse número teve de ser reduzido em mais da metade — abrigando agora apenas 200 mil pessoas. No total, o oficial de informações sénior do Ministério de Gestão de Desastres de Bangladesh, Selim Hossain, revela que entre todos os abrigos é possível acolher 9,1 milhões de pessoas com o devido distanciamento.

Enamur Rahman, ministro júnior de Gestão de Desastres, no Bangladesh, planeia colocar cerca de 2 milhões de pessoas das áreas costeiras em mais de 12 mil abrigos de ciclones. Também salvaguardados devem ficar os pescadores, que já foram avisados ​​pelo Departamento Meteorológico da Índia para permanecer em terra e não navegar nas próximas 24 horas.

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"(Todos os trabalhadores do NDRS) precisam de estar mascarados, toda a gente tem que usar viseiras, luvas... É quase certo que eles vão fazer trabalhos de resgate em zonas vermelhas (altamente infectadas). Podem realmente estar a resgatar pessoas que já estão infectados. É um duplo desafio", disse Satya Narayan Pradhan, Diretora Geral da Força Nacional de Desastres (NDRS).

Na Índia os números de infeção com COVID-19 continuam a aumentar: no domingo registou-se o maior aumento de casos de infetados — 1,300 — e na segunda somaram-se novos casos que perfazem já um total de 101.261.