Quatro participantes dos 21.720 que se voluntariaram para os ensaios clínicos da vacina da Pfizer nos Estados Unidos, sofreram de uma paralisia facial, “Paralisia de Bell” — síndrome que incapacita temporariamente os movimentos musculares de um dos lados da face. Contudo, os reguladores de saúde descartam a relação entre a vacina e a síndrome e continuam a dar luz verde à vacina.
A Paralisia de Bell inflama os nervos faciais e paralisa parte do rosto. Nos casos mais graves, pode afetar os dois lados da cara e demorar demorar meses a recuperar. No Reino Unido, todos os anos existem entre 20 a 30 casos deste tipo de paralisia facial por cada 100 mil habitantes.
A britânica Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA), tal como a agência norte-americana FDA (Food & Drug Administration), consideram não haver razão para alarme por haver apenas quatro episódios em 21.720 participantes.
Num dos voluntários a Paralisia de Bell apareceu três dias após a toma da vacina da Pfizer, noutro, ao fim de nove dias e nos outros dois a síndrome surgiu mais de um mês depois de terem sido vacinados.
No mesmo ensaio clínico, outros 21.728 voluntários não receberam a vacina (apenas um placebo) e nestes não se registou nenhum caso de Paralisia de Bell.
Esta quarta-feira, 9, o Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) emitiu um alerta aos hospitais para que pessoas com historial de fortes reações alérgicas não tomassem a vacina a Pfizer/BioNTech contra a COVID-19.
A decisão veio no seguimento de casos de reações alérgicas em dois profissionais de saúde após a toma da vacina no primeiro dia do programa de vacinação no Reino Unido. Porém, sabe-se que ambos os profissionais têm historial de alergias graves, tendo até de andar com uma “caneta” de adrenalina para situações de SOS, segundo a Sky News.
A decisão de excluir do plano de vacinação pessoas com alergias fortes irá permanecer pelo menos enquanto a investigação estiver em curso, mas a responsável da agência do medicamento britânica MHRA, deixou uma nota: "Sabemos que nos extensos ensaios clínicos isto não aconteceu".
A vacina da Pfizer/BioNTech demonstrou uma eficácia de 95% nos ensaios clínicos e ainda esta quinta-feira, 10, os resultados foram publicados na revista cientifica de referência "New England Journal of Medicine" e classificados como um "triunfo", ainda que os especialistas da revista reconheçam como desvantagem o facto de não haver dados sobre a capacidade da vacina em prevenir as formas assintomáticas da doença.