Depois de cortar relações com Ye (ou Kanye West, como era anteriormente conhecido) em outubro, a Adidas teve um dilema em mãos durante meses: se não vendesse o stock de Yeezy, a colaboração de calçado que mantinha com o rapper, enfrentaria um prejuízo de 700 milhões de euros. Mas parece que as duas partes chegaram, finalmente, a um acordo.

Em outubro, quando o artista decidiu fazer comentários de cariz antissemita no Twitter, a marca alemã decidiu cortar relações com o rapper, e até se pensou que poderiam queimar os modelos que foram produzidos em colaboração com o mesmo, segundo o "The Washington Post". Contudo, sem os vender, isso poderia resultar numa redução da receita da empresa em 1,2 mil milhões de euros, em 2023, e diminuir o lucro operacional em 500 milhões de euros, de acordo com a "Retail Gazette".

Os rumores que agora circulam dizem que Ye e a Adidas fecharam um acordo para venderem os ténis que faltam. O objetivo é mesmo escoar o produto, pelo que esta decisão não pressupõe o reatar de relações com o rapper ou a produção de novos modelos da sua linha, avança a "Hype Beast". Mas só venderão aqueles modelos que não contenham quaisquer marcas, como o logótipo, por exemplo que a associem a Ye, esclarece a mesma publicação.

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Esta parceria entre o artista e a empresa começou em 2013 e movimentava rios de dinheiro, o que justifica o impasse em que a Adidas se manteve durante meses, já que qualquer decisão poderia pôr em causa os seus princípios éticos ou financeiros. Aquando do corte de relações, houve prejuízos inegáveis – e a marca, abertamente, culpou o rapper por isso, segundo o "TMZ".

O posicionamento polémico de Kanye West em relação a certas questões começou durante um desfile da Semana da Moda de Paris, em 2022, quando usou uma T-shirt com a frase "White Lives Matter" estampada ("Vidas Brancas Importam", em português), um lema dos grupos de extrema-direita e supremacistas brancos. Isto, por sua vez, também contraria o movimento "Black Lives Matter", que visa proteger a comunidade negra da discriminação racial.

Aquilo que ditou o fim da sua relação com a Adidas foi o comentário antissemita que teceu no Twitter, quando pegou no termo militar “defcon 3”. Esta expressão remete para um estado de alerta militar nos Estados Unidos que permite um uso de força acima do necessário, e o relacionou à comunidade judaica. Ainda através das suas plataformas, West sugeriu que a escravatura era uma escolha, além de ter referido que a vacina contra a COVID-19 era uma "marca de besta".

Apesar de todas estas controvérsias, Kanye West achava-se intocável fosse por quem fosse. "Posso dizer merda antissemita e a Adidas não pode abdicar de mim”, expressou o rapper, convicto, durante a sua participação no podcast “Drink Champs“, a 20 de outubro. Não foi isso que aconteceu, e o rapper acabou mesmo por ser afastado da marca.