A invasão russa à Ucrânia começou esta quinta-feira, 24 de fevereiro, uma "incursão militar especial", como foi descrita por Vladimir Putin, que anunciou a ofensiva às primeiras horas desta quinta-feira.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou ao país há instantes, confirmando o conflito e anunciando o fim das relações diplomáticas com Moscovo. "Esta manhã [quinta-feira, 24], queridos cidadãos, vai ficar para a história, mas é uma história diferente para nós e para a Rússia. Terminámos qualquer relação diplomática com a Rússia."

"A Ucrânia está a defender-se e não vai abdicar da sua liberdade. O que quer que possam pensar em Moscovo, para os ucranianos, a independência e o direito de viver na nossa terra, é de maior valor", disse ainda Volodymyr Zelensky.

Recordando a invasão do território, durante a II Guerra Mundial, o presidente ucraniano comparou a Rússia de Putin à Alemanha de Hitler. "A Rússia atacou o nosso estado (...) da mesma forma que a Alemanha nazi o fez durante a II Guerra Mundial. A partir de hoje, os nossos países estão em lados opostos. A Rússia está do lado do Mal", afirmou o presidente ucraniano, apelando ainda aos protestos. "Mas muito depende do povo russo. O povo russo terá de escolher que caminho seguirá. Quem, na Rússia, não perdeu a sua honra, tem de protestar contra esta guerra, contra uma guerra na Ucrânia."

O exército russo entrou em território ucraniano através da Crimeia (território anexado por Moscovo), mas há relatos de ataques em, pelo menos, seis cidades.

Seis aviões e um helicóptero russo terão sido abatidos pelos ucranianos em Donbass, embora sem confirmação oficial do Kremlin. Há ainda registo de oito mortes e nove feridos na sequência de bombardeamentos, adianta a CNN Portugal.

O governo de Volodymyr Zelensky já tinha decretado o estado de emergência no país e, esta quinta-feira, impôs lei marcial. A Lituânia, que faz fronteira com a Ucrânia e a Bielorrússia, já decretou estado de emergência.

Os 27 países da União Europeia reúnem-se de emergência hoje, 24 de fevereiro, para tomar decisões sobre um novo pacote de sanções económicas a aplicar à Rússia.

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Estes ataques reacendem o conflito armado entre os dois países (a Ucrânia é uma antiga república soviética, independente desde agosto de 1991). Em fevereiro de 2014, os protestos pró-integração na União Europeia na praça Maidan culminaram com a deposição do então presidente pró-Moscovo, Viktor Yanukovych.

Em causa estava (e ainda está) a anexação de vários territórios internacionalmente considerados ucranianos mas que, através de invasões russas e/ou de referendos locais levados a cabo por forças separatistas pró-Moscovo, se autoproclamam independentes: Crimeia, Donbass, Donetsk e Luhansk.