Até à data da publicação deste artigo, os EUA registam mais de 143 mil casos de infeção por COVID-19 e 2.513 mortes. Há cerca de um mês, quando ainda só se conheciam 15 casos de infeção no país, Donald Trump dizia, em declarações à imprensa, que os números ficariam por aí. O cenário mudou a uma velocidade vertiginosa e obrigou mesmo o presidente a anunciar medidas de contenção — com o prolongar do isolamento social até 30 de abril.

No entanto, numa nova conferência de imprensa, Trump comentou a escassez de máscaras de proteção dos hospitais e insinuou que os médicos estão a vender, ilegalmente, máscaras de proteção e que é por isso que há cada vez mas pedidos para a reposição.

"Estamos a falar de um hospital de Nova Iorque que está sempre muito cheio. Como é que se passa de 10 a 20 mil máscaras por semana [pré-pandemia] para serem pedidas cerca de 300 mil por semana? Algo está a acontecer e vocês, enquanto jornalistas, deveriam olhar para isso. Estão a sair pela porta do cavalo?", insinuou.

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E continuou, reforçando a mesma tese: "Como é que, de repente, se passa de 10 mil para 300 mil [pedidos de máscaras por semana] em vários hospitais do país? Provavelmente, alguém deveria olhar para isso porque não consigo perceber, em termos práticos, como é que é possível passarmos de um ponto para outro."

Após a conferência, Trump foi confrontado com as suas declarações e perguntaram-lhe se tinha insinuado que os hospitais estavam a fazer uso "inapropriado" das máscaras. Trump defendeu-se, dizendo que não, mas chegou mesmo a sugerir que, muito provavelmente, é isso mesmo que está a acontecer.

"Quero que as pessoas de Nova Iorque investiguem isto. Porque quando um hospital, que inicialmente pede 10 mil máscaras, passa a pedir 300 mil... é um crescimento rápido. E gostava que investigassem, porque ouço algumas histórias parecidas", concluiu.