Mais uma semana chega ao fim e após a nova ronda de negociações que teve lugar esta quinta-feira, 17 de março, nada mudou na situação angustiante que se vive na Ucrânia. Os ataques continuam e intensificam-se. Só durante a madrugada desta sexta-feira, 18, duas das principais cidades ucranianas, Kiev e Lviv, foram atacadas. Não há registo de vítimas mortais até ao momento em Lviv.
O dia vai também ser marcado por uma conversa entre os Estados Unidos e a China, na qual Joe Biden vai avisar Xi Jinping das implicações para o seu país se a China apoiar a Rússia nesta guerra. O presidente dos EUA "deixará claro que a China será responsabilizada por quaisquer ações que tome em apoio à agressão da Rússia", disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, esta quinta-feira, 17, numa conferência de imprensa.
No entanto, nas palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, a China fez saber que respeita a “soberania e a integridade territorial de todos os países” e que segue os “propósitos e princípios da carta da ONU", cita a CNN Portugal.
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Lviv e Kiev atacadas por mísseis
A cidade ucraniana de Lviv, a 70 quilómetros da fronteira com a Polónia, foi bombardeada durante a madrugada desta sexta-feira. Os ucranianos acordaram com o som das sirenes e de pelo menos três explosões, segundo a CNN Portugal. O ataque poderia ter sido mais grave, uma vez que as tropas russas terão disparado um total de seis mísseis, mas dois deles foram intercetados pelas forças ucranianas.
Os mísseis que atingiram a cidade depois das 4 horas da manhã destruíram uma instalação militar junto ao aeroporto dedicada à manutenção e reparação de aviões. De acordo com o autarca de Lviv, o terminal não foi afetado. Até ao momento, não há indicação de vítimas mortais.
Também Kiev foi alvo de um ataque com um míssil que causou um incêndio num prédio residencial de cinco andares na zona norte de Kiev, avança o “Kyiv Independent”.
O mesmo jornal indica que do ataque resultou um morto e quatro feridos e a BBC revela que foram resgatadas 12 e outras 98 pessoas retiradas do edifício, segundo dados do Serviço de Emergência do Estado.
Presidente dos EUA e da China vão reunir esta sexta-feira
Está marcada para as 13h a conversa telefónica entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping. Um dos pontos da conversa será “perceber a posição do presidente Xi” relativamente à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, segundo a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. A ideia será também entender se há forma de estas duas grandes potências mundiais criarem pressão sobre a Rússia para terminar com a guerra.
O secretário do Estado norte-americano Antony Blinken, diretamente responsável pela política externa dos EUA, disse ainda que Joe Biden vai fazer um aviso de que “a China será responsabilizada por quaisquer ações que adote, no sentido de apoiar a agressão da Rússia” à Ucrânia, cita o “Financial Times”.
A posição da China é incerta, uma vez que esta quinta-feira mostrou-se “preocupada” com a “crise humanitária” ucraniana e foi anunciado pelo embaixador chinês na Organização das Nações Unidas (ONU), Zhang Jin, que a Cruz Vermelha chinesa enviou três pacotes de ajuda à Ucrânia, principalmente para ajudar crianças.
Novos corredores humanitários
Na cidade de Mariupol, uma das mais castigadas pelas tropas russas desde o início da guerra e cercada há mais de duas semanas, vai ser aberto um novo corredor humanitário esta sexta-feira. O mesmo vai acontecerá nas cidades ucranianas de Sumy, Trostyanets, Lebedyn, Konotop, Krasnopillya e Velyka Pysarivka, avança o “Kyiv Independent”.
Há ainda planos de abrir corredores para prestar ajuda às populações das localidades de Balakleya e Izyum, em Kharkiv.
Contudo, quer a ajuda que chega em forma de alimentos ou outros bens essenciais, quer os civis que tentam fugir dos ataques, não estarão totalmente seguros. Segundo as autoridades ucranianas, citadas pelo "Observador", há relatos de ataques nas supostas zonas seguras.
Rússia cria zona de exclusão aérea na Ucrânia
Nas regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk, foram estabelecidas zona de exclusão aérea pelos russos. A informação é avançada pela agência de notícias Interfax, que cita o representante da milícia popular em Donbass, Eduard Basurin.
O que é que isto significa? Que as aeronaves que sobrevoem essas regiões podem ser abatidas, segundo a "Sky News".