França vai voltar ao confinamento a partir de sexta-feira, 30 de outubro. O anúncio foi feito esta quarta-feira, 28 de outubro, pelo presidente gaulês, Emmanuel Macron. O país duplicou o número de casos positivos de COVID-19 nas últimas duas semanas, chegando esta quarta-feira, 28 de outubro, a um total de 36.437 novos contágios e 523 mortes.
Contudo, o segundo confinamento no país não será igual àquele que se fez no início da pandemia. Desta vez infantários e escolas não vão encerrar, as visitas a lares ou a doentes em cuidados paliativos vão ser permitidas mediante "cuidados máximos”, disse o presidente, e até no fim-de-semana marcado pelo Dia de Todos os Santos, 1 de novembro, os cemitérios vão estar abertos.
O novo período de confinamento começa na sexta-feira e dura até 1 de dezembro (pelo menos). Saiba o que muda.
- Só é possível sair de casa com uma declaração e apenas para trabalhar (quando o teletrabalho não é possível), por motivos de saúde, fazer compras, prestar assistência a alguém vulnerável, praticar desporto ou passear animais de estimação;
- Restaurantes e bares são encerrados;
- Serviços públicos e atividades como a construção vão manter-se ativos e Macron apela: "Apoiem os negócios do vosso bairro, peçam refeições ou ajudem de outro modo".
- Creches, escolas e liceus continuam abertos, mas as faculdades devem optar pelas aulas online;
- Visitas a lares são permitidas;
- Os cemitérios continuam abertos;
- As fronteiras com países da União Europeia permanecerão abertas, mas todas as outras, salvo algumas exceções, serão encerradas. Haverá testes rápidos em todas as fronteiras para quem chegar ao país.
Além de todas estas medidas, o presidente apelou aos franceses para fazerem "menos reuniões com a família, com amigos, mesmo que seja de partir o coração", disse, num discurso a partir do Palácio do Eliseu e apelou ainda: "Usem sempre máscara".
As medidas foram tomadas após a explosão do número de casos e da elevada taxa de camas ocupadas nos cuidados intensivos (58%) até ao anúncio do confinamento. Entretanto, Emmanuel Macron já fez saber que, quando o número de infeções diárias baixar para 5000, as medidas serão aliviadas.
O que está a acontecer noutros países europeus?
Tal como em França, a Alemanha anunciou “medidas duras” para tentar diminuir os 14.964 novos casos de COVID-19 que registou nas últimas 24 horas — o maior número desde o início da pandemia no país. A chanceler alemã, Angela Merkel, apresentou assim novas restrições, como o encerramento parcial a partir de 4 de novembro, e em vigor durante quatro semanas, de bares, teatros, cinemas, ginásios, discotecas e salas de espetáculos. Os restaurantes poderão continuar a funcionar, mas apenas em regime takeaway.
Já as escolas e comércio continuaram abertos, bem como as lojas, cabeleireiros e serviços de fisioterapia, se cumprirem regras de higiene e, no caso das lojas, se no interior estiver apenas um cliente por cada dez metros quadrados.
De acordo com Merkel, a Alemanha perdeu "o controlo": “Estamos num ponto em que, em média a nível nacional, já não sabemos de onde vêm 75% das infeções”, disse a chanceler alemã.
Também na Bélgica foi anunciado esta quarta-feira, 28, confinamento parcial, sendo que apesar de restaurantes e espaços de cultura e bem-estar fecharem, as escolas vão manter-se-ão abertas e serão permitidas visitas aos lares.