Pelo menos 54 crianças foram abusadas sexualmente, entre 1960 e 1992, por monges, alguns com antecedentes criminais, que viviam na ilha Caldey, ao largo da costa do País de Gales, Reino Unido, com nomes falsos, avançou o “DailyMail”.
Sabe-se que a grande maioria das vítimas visitava a ilha de férias com a família ou em viagens organizadas e pagas por grupos de jovens e escolas católicas. A ilha conta com mais de 60 mil turistas todos os anos. Entre as principais atrações estão uma igreja medieval, uma fábrica de chocolate, bosques e praias.
Em abril, foi aberta uma investigação depois de várias pessoas terem denunciado abusos sexuais que aconteciam na ilha. De acordo com a mesma publicação, 16 sobreviventes forneceram os seus testemunhos para ajudar no processo.
A investigação centra-se essencialmente no padre Thaddeus Kotik, que abusou várias crianças nas décadas de 1970 e 1980 e conseguiu fugir à justiça até morrer em 1992, sem nunca ser interrogado.
Thaddeus Kotik usou “estratégias complexas” para aliciar crianças pequenas e ganhar a confiança dos seus pais. O homem tinha uma tartaruga de estimação e vários gatos para aliciar os menores antes de os atrair para locais mais escondidos da ilha onde poderia cometer os abusos sem ser visto. Uma das vítimas revelou que Thaddeus Kotik lhe deu “chocolate e doces” antes de a “abraçar e beijar”.
Em 2011, o padre John Shannon, que viveu na ilha durante 11 meses, foi condenado a oito meses de prisão por possuir 740 fotografias íntimas de crianças com idades compreendidas entre os 9 e os 15 anos.
"A Ilha Caldey é o sítio perfeito para os pedófilos e os criminosos sexuais se esconderem ou disfarçarem. Deviam mudar-lhe o nome para Ilha dos Pedófilos", disse uma das vítimas, citada pelo "DailyMail".
Kevin O'Connell, fundador da campanha Caldey Island Survivors, disse à mesma publicação que o relatório da investigação marcou "um passo na direção certa". No entanto, acrescentou que “como as recomendações não são juridicamente vinculativas, não vão suficientemente longe”.