"Globo, lixo!". São palavras do presidente do Brasil Jair Bolsonaro, repetidas pelo homem que, de Bíblia na mão, invadiu na quarta-feira, 10 de junho, a sede da TV Globo, no Rio de Janeiro, fazendo a jornalista Marina Araújo refém. Libertou-a após ter sido concedido o seu pedido de falar com a jornalista Renata Vasconcellos, pivôt do Jornal Nacional desta estação televisiva.

Antes disso, o homem terá conseguido passar a zona que dava acesso ao interior do edifício e, ao chegar ao andar onde estão as instalações da Globo News, canal exclusivo de notícias, encontrou aquela repórter e fê-la refém, encostando-lhe a faca ao pescoço. De acordo com a "G1", a segurança do canal agiu prontamente, tendo isolado o local e chamado a polícia.

Apesar de ter gritado as frases várias vezes usadas pelos apoiantes do presidente brasileiro, o canal de televisão diz que a acção não teve conotação política: "A Globo repudia com veemência todo tipo de violência. Foi obra de alguém com distúrbios mentais, sem nenhuma conotação política. Um homem que exigia ver a jornalista Renata Vasconcellos."

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 Durante a invasão, as restantes pessoas que estavam no local foram levadas a salvo para outras divisões da emissora, tendo depois chegado Renata Vasconcellos, que fazia anos na quarta-feira. Eles conversaram e, depois, o homem largou a arma. Entretanto, negociadores da Polícia Militar já tinham sido chamados ao local: o comandante o 23.º batalhão Heitor Henrique Pereira foi quem conduziu a negociação. O homem acabou por ser preso.

De acordo com informação apurada pela imprensa brasileira, o homem terá andado de loja em loja a pedir uma faca emprestada, antes de invadir a TV Globo. Os comerciantes negaram-se a dar-lhe a arma, que o invasor terá depois conseguido furtar uma num snack bar.