Foi um dos desastres nucleares mais violentos da História que voltou a ser recordado através de "Chernobyl", a minissérie da HBO que mostrou a forma como o governo soviético da Ucrânia falhou em alertar os cidadãos para os perigos a que estavam sujeitos.
É que a cidade de Pripyat só foi evacuada 24 horas depois da explosão, que aconteceu a 26 de abril de 1986. A União Soviética demorou dois dias a admitir o desastre e só o fez porque os níveis de radiação foram sentidos a mais de mil quilómetros de Chernobyl, na Suécia.
Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas, no total terão morrido entre 4 a 50 mil pessoas como consequência da exposição — mas os registos oficiais mantidos pelo governo soviético ainda hoje se mantém inalterados.
Imediatamente a seguir à explosão, houve uma série de acontecimentos estranhos que marcaram a região recolhidos agora pela revista "Insider". Sabia, por exemplo, que vários artistas grafitaram as paredes dos edifícios de Chernobyl em homenagem aos que morreram? Ou que um grupo de cientistas enviou para a Zona de Exclusão uma espécie de cavalos em via de extinção?
Mostramos-lhe 8 dos acontecimentos mais estranhos, recolhidos pela revista norte-americana, que aconteceram em Chernobyl após o desastre nuclear.
1. Os animais mais pequenos são os que mais são afetados por mutações
Animais como pássaros, insetos e roedores são talvez os que mais continuam a estar suscetíveis a mutações genéticas que muitas vezes revelam ser fatais. Além das mutações, também os tumores, cataratas ou a redução do cérebro são problemas recorrentes.
Os cientistas dizem que estes problemas devem continuar a verificar-se ao longo de várias gerações, mas não é expectável que afetem a espécie de forma permanente.
2. Vários artistas grafitaram vultos nas paredes dos edifícios
Segundo a revista "Insider", nos anos seguintes ao desastre nuclear foram vários os artistas que grafitaram figuras nas paredes como se de vultos se tratassem.
A ideia era homenagear os "fantasmas de Chernobyl", ou seja, todos aqueles que morreram por viverem demasiado perto daquela que hoje é identificada como a Zona de Exclusão.
3. Muitos idosos regressaram a casa e hoje vivem na Zona de Exclusão
Apesar de ser proibido voltar a viver em Pripyat, muitos dos idosos decidiram desrespeitar as ordens das forças oficiais e voltar a casa.
Poucos meses após a explosão nuclear, a Zona de Exclusão voltou a ser habitada e hoje essas pessoas estão diariamente sujeitas a níveis muito altos de radiação.
4. A roda gigante do parque de Pripyat foi posta a funcionar depois do desastre
O parque de Pripyat tinha abertura marcada para 1 de maio de 1985, exatamente cinco dias após o desastre na central nuclear de Chernobyl.
Apesar de nunca ter aberto ao público, vários documentos oficiais dizem que a roda gigante foi posta a funcionar a 27 de abril para distrair os cidadãos que estavam profundamente afetados pela explosão.
5. As bonecas assustadoras foram deixadas pelos turistas
É já um dos maiores mitos decorrentes do turismo a Chernobyl. Em algumas das fotografias publicados por pessoas que decidem visitar Pripyat, veem-se bonecas estrategicamente colocadas nas camas ou no chão como que a indicar que as crianças daquela casa as deixaram para trás na esperança de um dia poderem regressar.
No entanto, todo este cenário é geralmente encenado por turistas só para conseguirem um efeito mais dramático nas fotografias que tiram durante a viagem.
6. Vários médicos na Europa aconselharam mulheres a abortar
Segundo a revista "Insider", depois do desastre foram vários os médicos que ganharam fobia aos efeitos de uma possível exposição à radiação. Foi por isso que, em vários países da Europa Ocidental, muitos deles aconselharam mulheres a abortarem.
Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica, foram reportadas entre 100 mil a 200 mil abortos nos meses seguintes ao desastre.
Cerca de 20 anos após o desastre, a Organização Mundial de Saúde confirmou que os níveis de radiação não eram altos o suficiente na Europa Ocidental para justificar a medida.
7. Uma espécie em vias de extinção foi transportada para perto de Chernobyl
Em 1998, os cientistas responsáveis pela sobrevivência dos cavalos de Przewalski colocaram a espécie junto da central nuclear já que não havia humanos por perto.
Atualmente, a espécie não só não desapareceu como tem vindo a aumentar de ano para ano.
8. Muitos dos cães que ficaram para trás acasalaram com lobos
Dizem os vários documentos oficiais da União Soviética que, na altura em que os cidadãos foram obrigados a fugir da cidade, foram também instruídos a deixar os seus cães para trás. Estes, ao ver os seus tutores a abandonarem-nos, correram atrás dos autocarros até perderem o fôlego.
Devido ao abandono, muitos dos animais foram obrigados a sobreviver em condições adversas. E enquanto uns foram atacados por lobos, outros acabaram por acasalar com a espécie e a verdade é que, atualmente, e segundo a mesma publicação, muitos dos cães abandonados se assemelham aos lobos.