Um estudo que envolveu as universidades do Minho e de Roma (Itália) concluiu que os países liderados por mulheres foram, em média, oito dias mais rápidos a restringir as fronteiras e viagens após sofrerem a primeira morte por Covid-19.
Esta investigação, publicada na revista "Open Economics", analisou a realidade da pandemia e as reações à mesma, como o confinamento, em 149 países. Os países liderados por mulheres anteciparam-se pouco mais de uma semana aos restantes a adotar medidas visando controlar a pandemia.
"Há evidência de que as líderes arriscaram menos nesta situação perigosa, procurando evitar a perda de vidas com ações mais pró-ativas, coordenadas e empáticas", apesar de serem necessários mais estudos, tal como ressalta o coautor do estudo Paulo Reis Mourão (Escola de Economia e Gestão da UMinho).
Líderes como Angela Merkel (Alemanha), Jacinda Ardern (Nova Zelândia), Erna Solberg (Noruega), Mette Frederiksen (Dinamarca), Tsai Ing-wen (Taiwan) e Sanna Marin (Finlândia) sobressaíram na primeira fase da pandemia graças às medidas de confinamento que adotaram, de acordo com o estudo em questão.
"Na gestão desta pandemia notou-se que as lideranças femininas olham de um modo diferenciado para as crises sociais”, concluiu o investigador Paulo Reis Mourão, dando como exemplo a chefe de estado neozelandesa, Jacinda Ardern, e a sua iniciativa de falar em direto com os cidadãos no Facebook, ou a líder norueguesa, Erna Solberg, que conduziu uma sessão pessoal de perguntas com crianças.
O artigo em questão, “What determines governments’ response time to COVID-19? A cross-country inquiry on the measure restricting internal movements”, foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, como adianta a "SAPO".