A casa de Brian Warner, o homem por detrás do nome e do grupo Marilyn Manson, foi alvo de buscas na segunda-feira, 29 de novembro, na sequências das investigações às acusações de agressão e abuso sexual imputadas ao cantor. Aquando da execução do mandado de busca, Brian Warner não estava em casa, escreve a revista "Rolling Stone".

"O que podemos confirmar é que foi executado um mandado de busca nesta manhã [de segunda-feira, 29]. Confirma-se que diz respeito à morada de Brian Warner, onde foram revistados os seus pertences", fez saber um porta-voz das autoridades.

Marilyn Manson acusado de abusos sexuais por várias mulheres (uma delas, Evan Rachel Wood)
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Ainda que esteja previsto a emissão de um comunicado nesta terça-feira, 30, sabe-se que foram recolhidos computadores e discos rígidos que serão agora analisados pela polícia.

As buscas aconteceram no seguimento da divulgação de uma grande reportagem, publicada pela "Rolling Stone", através da qual várias alegadas vítimas de Marilyn Manson acusaram o cantor de violência sexual e tortura psicológica. Uma das descrições recorrentes dá conta de um espaço da casa, uma cabine apertada e à prova de som, onde Brian Warner terá, alegadamente, trancado várias mulheres durante horas.

E Brian Warner nunca o escondeu, já que, em 2012, numa declaração pública, fez saber da existência desse compartimento. "Se alguém se portar mal, posso trancá-lo lá dentro. É à prova de som", explicou. Cerca de nove anos depois, percebemos que a persona pública que Brian Warner criou (e que o ajudou a vender discos) talvez seja mais do que isso.

"Fui sujeita a lavagens cerebrais e manipulada até à submissão"

As novas queixas deram início a mais de quatro processos em tribunal. E embora o cantor nunca se tenha pronunciado sobre a reportagem da "Rolling Stone", fê-lo no início do ano, em fevereiro, quando a atriz Evan Rachel Wood — que tem falado publicamente sobre os direitos das sobreviventes de agressão sexual — atribuiu um rosto e nome ao seu agressor: era ele próprio, Brian Warner, que o mundo idolatrou como Marilyn Manson, que ainda hoje nega qualquer acusação.

"Acredito que haja, da parte dele, uma excitação em arruinar a vida das outras pessoas e é por isso que apoio todas as que já o denunciaram ou que o virão a fazer"

"O nome do meu abusador é Brian Warner, também conhecido para o mundo como Marilyn Manson. Começou a aliciar-me quando era adolescente e abusou horrivelmente de mim durante anos. Fui sujeita a lavagens cerebrais e manipulada até à submissão. Já chega de viver com medo de retaliação, calúnias ou chantagem. Estou aqui para expor este homem perigoso e denunciar muitas da indústrias que o potenciaram, antes de que arruíne mais vidas", escreveu Evan Rachel Wood.

A ela, seguiram-se quatro outras mulheres: Ashley Walters, Sarah McNeilly, Ashley Lindsay Morgan e Gabriella. Em todos os testemunhos, as quatro mulheres reconhecem os comportamentos que Brian Warner terá tido com Evan Rachel Wood, e Sarah McNeilly, uma das alegadas vítimas, diz ter sido diagnosticada com stresse pós-traumático como consequência da forma como foi tratada pelo cantor.

"Sofro de perturbações psicológicas e stresse pós-traumático que afetaram as minhas relações pessoais e profissionais. Acredito que haja, da parte dele, uma excitação em arruinar a vida das outras pessoas e é por isso que apoio todas as que já o denunciaram ou que o virão a fazer. Quero ver o Brian a ser responsabilizado pelo mal que fez", lê-se no comunicado de McNeilly, citado pela revista "Vanity Fair".

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Face às acusações, Brian Warner reagiu, a 2 de fevereiro, dizendo que "as afirmações recentes são distorções horríveis da realidade".

"Os meus relacionamentos íntimos sempre foram inteiramente consensuais, com parceiros que pensam como eu. Independentemente de como e do porquê de estarem agora a optar por deturpar o passado, esta é a verdade", referiu o artista em comunicado.

Apesar das acusações que se amontoam, Marilyn Manson está nomeado para duas categorias dos prémios Grammy, nomeadamente na de Disco do Ano e Melhor Canção de Rap pela sua participação no disco "Donda", de Kanye West, e da canção "Jail", que faz parte do álbum.

Ainda que Marilyn Manson não tenha sido o letrista da canção, as regras de elegibilidade dos Grammys determinam que, apesar de a sua participação no disco de West seja minoritária, é um nomeado como qualquer outro.

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