Depois de não ter comparecido à sessão de segunda-feira, 5 de junho, o príncipe Harry apresentou-se esta terça-feira, 6, no Tribunal Superior de Londres, para testemunhar contra o grupo de comunicação social Mirror Group Newspapers (MGN), por reunir informações de forma ilegal para escreverem histórias.

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Como Harry não é o príncipe herdeiro do trono, este considera que os jornalistas começaram a escrever sobre “o papel ou papéis" que mais lhes convinham e que vendessem "o maior número possível de jornais”. Além disso, acredita que esta ilegalidade lhe causou não só problemas de segurança, como também prejudicou as suas relações, nomeadamente com a ex-namorada Chelsy Davy. Ainda, o facto de os jornalistas terem ouvido “as mensagens privadas e sensíveis” da sua mãe, a princesa Diana, fê-lo sentir “fisicamente doente”.

“Sinto hostilidade por parte da imprensa desde que nasci”, disse o filho mais novo do rei Carlos III, respondendo ao inquérito do advogado que defende o MGN. Quando era adolescente, o duque de Sussex sentia que “não podia confiar em ninguém”, tendo sido uma “sensação horrível”, por ser “tão jovem”.

O príncipe Harry alega que cerca de 140 artigos publicados entre 1996 e 2010 continham informações recolhidas por meios ilegais e que 33 deles foram selecionados para serem considerados no processo judicial. Um exemplo é um artigo publicado do “Daily Mirror” às 3 horas da manhã em setembro de 2000, em que informava que Harry estava num restaurante na Fulham Road, em Londres, revela a "BBC". Apesar do jornal afirmar que um fotógrafo foi avisado, o príncipe não sabe como alguém poderia saber sobre a visita. “Sempre achei estranho esse tipo de 'coincidência'”, disse.

Neste caso, juntam-se ao príncipe Harry os atores Michael Turner e Nikki Sanderson, da série “Coronation Street”, e Fiona Wightman, ex-mulher do comediante Paul Whitehouse. Todos acreditam que os jornalistas do “Daily Mirror”, “Sunday Mirror” e “The People” reuniram informação de forma ilegal sobre os mesmos, nomeadamente acederam a mensagens de voz de amigos e familiares, para escreverem histórias, conforme escreve o "Observador".

Na audiência, o duque de Sussex começou por ser tratado por Sua Alteza Real, mas preferiu ser tratado por príncipe Harry. Além disso, a última vez que um membro da família real prestou um depoimento em tribunal foi há 130 anos, em 1891, num caso que envolveu um filho da rainha Vitória, o príncipe Eduardo VII.