Catarina Furtado revelou ter sido vítima de assédio sexual em contexto de trabalho. A atriz e apresentadora de 48 anos contou ter sido assediada por três pessoas diferentes, todas com cargos hierárquicos superiores ao seu, no início da sua carreira.

"Uns fizeram-me convites insinuantes, óbvios, que não davam margem para eu ter dúvidas do que era pretendido, outros eram mais rebuscados", contou Catarina Furtado ao "Expresso". "Mas percebia-se completamente as suas intenções."

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Apesar de ser bastante jovem quando foi vítima de assédio sexual, Catarina Furtado conta que deu a volta à situação com "inteligência emocional" e terá fingido "que não era nada" consigo. A atriz e apresentadora revelou ainda ao semanário querer "evitar uma relação de hostilidade e conflito", optando por resolver o sucedido desta forma, sem sofrer represálias.

A atual embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População assume também que se sentia apoiada pela família. "Apesar de sentir medo de perder alguma coisa que estava a conquistar por mérito próprio, tinha uma retaguarda familiar, sabia perfeitamente que tinha um porto seguro", disse ao "Expresso".

Esta não é a primeira vez que Catarina Furtado revela ter sido vítima de assédio sexual: em 2018, num podcast da Rádio Comercial, a apresentadora da RTP já tinha contado ter passado por uma situação de assédio, mas aprofunda agora o assunto para "possibilitar a outras pessoas que façam o mesmo". Recusa-se a avançar nomes dos agressores por medo que a "atenção" seja "desviada de uma forma sensacionalista".

Catarina Furtado é mais uma das mulheres que denuncia publicamente casos de assédio sexual. A atriz Sofia Arruda deu o mote a várias denúncias, ao revelar a Daniel Oliveira, no "Alta Definição", ter sido vítima de assédio num projeto televisivo, por uma pessoa com um cargo de poder dentro de uma produtora, tendo sido posteriormente afastada durante anos desse canal depois de recusar os avanços de quem a assediou.

As atrizes Inês Simões e Raquel Henriques, bem como a jornalista Bárbara Guevara, foram outras personalidades a revelarem ter passado por situações semelhantes e, esta semana, a revista "Sábado" fez capa com 17 mulheres, públicas e anónimas, vítimas de assédio sexual.