Cláudia Simões foi condenada a oito meses de pena suspensa, esta segunda-feira, 1 de julho, pelo tribunal de Sintra, por crime de ofensa à integridade física e qualificada, refere a CNN Portugal. O agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) Carlos Canha foi absolvido das acusações de agressão, mas foi condenado a três anos de pena suspensa por outros dois crimes de ofensa à integridade física e qualificada e um crime de sequestro em relação aos indivíduos Quintino Gomes e Ricardo Botelho, que tinham sido levados para a esquadra, menciona o jornal "Expresso".
O caso ocorreu a 19 de janeiro de 2020, dia em que Cláudia Simões esteve envolvida numa discussão com passageiros e motorista de um autocarro da Vimeca, numa estação de autocarros da Amadora. Tudo porque a filha, que à data tinha 8 anos, se tinha esquecido do título de transporte. O motorista optou por contactar a polícia e depois de momentos de tensão, o agente da polícia Carlos Canha imobilizou a mulher, após a mesma recusar-se a identificar-se, refere o "Diário de Notícias".
Em novembro do ano passado, Cláudia Simões e Carlos Canha tinham apresentado versões distintas sobre o que teria acontecido. "Se eu não lhe mordesse o braço, morria", disse Cláudia Simões. Já o agente da polícia, referiu que recorreu a "técnicas de imobilização", tendo em conta a resistência de Cláudia Simões, ressalta o "Diário de Notícias".
De acordo com os advogados de Cláudia Simões, a mesma foi diagnosticada com um traumatismo crânio-encefálico, com ferida e apresentava hematomas no rosto e em outras partes do corpo, ressalta a CNN Portugal. Bartolomeu Domingues, advogado de Cláudia Simões, recordou que o agente da PSP recorreu à técnica de "mata leão" para a imobilizar, refere o mesmo meio de comunicação.
Na leitura do acórdão, Catarina Pires, presidente do coletivo de juízes, citada no "Jornal de Notícias", referiu que "o arguido Carlos Canha não atuou com qualquer motivação racista. [...] Atuou como se impunha usando os meios estritamente para tal".
Este caso ganhou contornos mediáticos, uma vez que o vídeo circulou nas redes sociais. Cláudia Simões é, assim, condenada a oito meses de pena suspensa por ter mordido o agente. Carlos Canha foi, também, condenado a três anos de pena suspensa, mas por outros crimes. Já os arguidos João Gouveia e Fernando Rodrigues foram absolvidos do crime de abuso de poder, refere o "Diário de Notícias".
Esta segunda-feira, 1 de julho, vários cidadãos manifestaram-se em solidariedade com Cláudia Simões junto ao Tribunal de Sintra.