Há mais 70 mortes e 4.378 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta quinta-feira, 24 de dezembro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no novo boletim epidemiológico.

Os novos números são apresentados no dia da ceia de Natal, período festivo em que o Governo foi mais brando em relação às restrições, apelando ao bom senso das famílias. Segundo o jornal "Público", foram feitos mais de 23 mil testes à COVID-19 num dia, de forma a preparar o Natal e garantir que este é passado em segurança. O número representa quase 50% das amostras processadas no dia com mais testes ao novo coronavírus, desde o início da pandemia. 

Além disso, na quarta-feira, 23 de dezembro, um estudo sobre a diversidade genética do vírus SARS-CoV-2 revelou três novas variantes do vírus a circular em Portugal, apesar de nenhuma das combinações coincidir com a estirpe que está no Reino Unido, diz o relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

A nova variante é resultado das mutações que o vírus apresentou nesta segunda vaga. “Verificámos agora neste estudo que fizemos em colaboração com o Instituto Gulbenkian de Ciência [IGC] que as variantes que estão a caracterizar esta segunda vaga em Portugal têm mutações que não estavam descritas durante toda a primeira vaga”, disse, citado pelo "Público", João Paulo Gomes, responsável pela unidade de bioinformática do Departamento de Doenças Infecciosas do INSA.

“É normal que isso aconteça, passou um ano desde que o vírus apareceu a infectar os seres humanos, portanto, é perfeitamente normal”, disse o coordenador do estudo, citado pelo mesmo jornal. Uma das variantes representa 70% das amostras analisadas para o estudo. “Uma das mutações que caracteriza uma variante que apareceu em Espanha há alguns meses e que se disseminou pelo resto da Europa a uma velocidade espantosa”.

Agora que as vacinas da Pfizer estão prestes a chegar à Europa, com o arranque da vacinação marcado para 27 de dezembro, as farmacêuticas Pfizer, Moderna e BioNTech já estão de olho na nova estirpe detetada no Reino Unido.

"Neste momento, não sabemos se a nossa vacina também oferece proteção contra esta nova variante, mas cientificamente é altamente provável que a resposta desta nova vacina também possa lidar com a nova variante do vírus", afirma um dos responsáveis da BioNTech esta terça-feira, 22. Contudo, garantiu que a farmacêutica conseguirá fornecer uma nova vacina em apenas seis meses.

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Apenas a um dia da véspera de Natal, voltam a fazer-se estimativas sobre o impacto das reuniões familiares nos novos casos de COVID-19. De acordo com o epidemiologista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) Manuel Carmo Gomes, são esperados mais de 3 mil novos contágios por dia ao longo desta semana de maior movimentação e convívios de Natal, de acordo com o jornal "Sol".

O especialista prevê ainda uma tendência de aumento da curva de casos, no sentido contrário à evolução das últimas semanas, em que o RT (indicador que revela se a epidemia está a intensificar-se ou a abrandar) chegou a baixar para 0,97.