Portugal regista já 30.788 infetados e 1330 mortos pelo novo coronavírus. São estes os novos dados avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico desta segunda-feira, 25 de maio. Estes números representam um aumento de 165 casos de infetados, enquanto as vítimas mortais registadas são mais 14 do que as de ontem (apenas seis correspondem às últimas 24 horas, sendo as restantes resultantes de ajustes numéricos), tendo o número subido de 1.316 para 1.330 óbitos. Quanto aos casos recuperados, são 17.822, mais 273 do que no domingo, 24 de maio.
Lisboa e Vale do Tejo tem 9.567 casos positivos, sendo a região com o maior número de casos do País. Já no domingo, a DGS anunciou que mais de 80% das novas infecções registadas pertenciam a esta a zona do país. Em causa, estarão os novos focos específicos de propagação do vírus nesta zona do País, como é o caso do centro de logística da SONAE, na Azambuja, onde 109 funcionários foram contaminados com a doença.
Já depois de dar conta da atualização dos números, Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, lembrou que "desconfinar não e descontrair" e que "normalizar não é desresponsabilzar", lembrando que continuam a ser fundamentais os deveres cívicos, para que os cidadãos se possam proteger a si e a quem está à sua volta.
Cerca de um em cada cinco doentes internados com COVID-19, permanece no hospital depois de receber alta por questões sociais, avançou esta segunda-feira a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH). Os internamentos inapropriados de doentes infetados — quase todos referentes a pessoas com mais de 70 anos — são uma consequência da falta de resposta para as necessidades extra-hospitalares. A incapacidade de resposta familiar ou do cuidador em período de COVID-19 e pela falta de capacidade do lar da terceira idade em acolher o utente com as condições de isolamento necessário são as duas principais causas para estes números.
Apesar da diminuição no número de casos,
No domingo, 24 de maio, registou-se o novo recorde de casos recuperados, desde o início da quarentena em Portugal: em 24 horas, houve 9.844 casos curados. No entanto, este resultado é esperado de alterações na plataforma TraceCovid, que passou a incluir um campo de registo para doentes recuperados, que até então não existia.
Também no fim de semana passado, Alexandre Lourenço, presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, apontou várias críticas à forma como Portugal tem vindo a responder à pandemia da COVID-19 e levanta algumas dúvidas sobre a qualidade dos ventiladores pelo Serviço Nacional de Saúde.
"Hoje podemos dizer que podíamos ter feito algumas coisas de outra forma, mas [isso não era fácil] para quem estava a tomar decisões e face ao grau de incerteza que existia no início de março em relação à dimensão da epidemia. A resposta podia, porém, ter sido melhor em vários aspetos, por exemplo nas questões relacionadas com aquisições de ventiladores, de equipamentos de protecção individual", revela em entrevista ao jornal "Público".
Sobre o facto de os hospitais terem competido com os curso da Direção-Geral da Saúde para a compra deste mesmo material, Alexandre Lourenço não tem dúvidas de que isso não fez qualquer tipo de sentido que a mesma entidade tivesse "múltiplos pontos de compra".
E, no que toca à compra dos ventiladores, diz que agora o que mais lhe parece relevante é tentar perceber se "todas as aquisições que foram feitas correspondem a ventiladores que cumprem as regras de qualidade."
E conclui: "Há aqui agora um trabalho a fazer, o de ver se estas compras de vários milhões de euros correspondem a ventiladores de qualidade e se na prática os fornecedores cumpriram os requisitos, e se os requisitos foram bem definidos."