O dono de dois populares restaurantes italianos no centro de Lisboa, o Al Garage, na Castilho, e o Italy Caffe, no Saldanha, foi preso em Portugal e é suspeito de pertencer à Máfia italiana. Domenico Giorgi, 62 anos, também conhecido por "Berlusconi" e "Milionário", mantinha vários restaurantes em Roma, Itália, e em Portugal, e é suspeito de ter criado nove empresas para branquear milhões de euros em tráfico internacional de droga angariados pela máfia italiana 'Ndrangheta, a organização criminosa que opera na região de Calabria, em Itália (a máfia napolitana é a Camorra e a máfia siciliana é a Cosa Nostra). O chef italiano foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) esta quarta-feira, 3 de maio, em Lisboa, revela o "Correio da Manhã".

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Esta detenção aconteceu no âmbito da Operação Eureka, que já deteve 132 suspeitos em 10 países da Europa e da América do Sul, e já apreendeu 25 milhões de euros à máfia em imóveis e bens, nomeadamente carros de luxo, diz o mesmo jornal.

Os restaurantes Al Garage, na Rua Castilho, e o Italy Caffe, na Avenida Duque de Ávila, são dois dos restaurantes de Domenico em Lisboa que foram alvo de buscas e estiveram fechados durante toda a quarta-feira, bem como restaurantes em Gaia e o La Porta, em Braga. Estes estabelecimentos eram frequentados por várias celebridades, como Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da República, futebolistas, cantores ou caras conhecidas da televisão, como é possível verificar pelas fotografias destes nas redes sociais dos restaurantes.

A PJ realizou buscas em Lisboa, Braga, Vila Nova de Gaia e Aveiro e apreenderam meio milhão de euros em notas, documentos e viaturas, bem como os ativos das nove empresas, entre elas os cinco restaurantes. As receitas destes, segundo a Justiça italiana, revertiam para um fundo comum, que ficava num cofre de um apartamento em Roma, e eram distribuídas pelos sócios legítimos e pelos ocultos.

O "Milionário" colocou empresas em nome dos três filhos, sendo que dois deles também foram detidos. Ele é “um dos principais elementos na esfera desta organização criminosa na área do branqueamento de capitais e fraude fiscal”, afirmou Luís Neves, diretor nacional da PJ.

Os portos de Antuérpia, na Bélgica, Roterdão, nos Países Baixos, e Gioia Tauro, na Calábria, foram os principais em que ocorreu o tráfico internacional de droga. Entre a Europa e o Brasil foram movimentados 2 mil milhões de euros com mais de 20 toneladas de cocaína. “A cocaína para chegar à Europa tem de ter uma estrutura do outro lado. Crime organizado. Há parcerias no crime: no fabrico, envio e receção”, afirmou Luís Neves, citado pelo "CM".

Além do "Milionário", havia um segundo alvo em Portugal, que poderá ser o seu genro, mas como este se encontrava em Itália, foi aí detido. Domenico já tinha sido investigado em Portugal em 2008, devido ao massacre em Duisburgo, na Alemanha, onde houve uma guerra entre famílias da ‘Ndrangheta que acabou com seis mortos à porta de uma pizzaria. O inquérito acabou por ser arquivado em 2013.

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