Um homem da Guiné-Bissau, naturalizado na Bélgica, de 45 anos, foi preso no Aeroporto de Lisboa pelo Serviço de Estrangeiros (SEF) e Fronteiras, depois de desembarcar de um voo vindo do país africano com uma menina de cinco anos, também guineense. Os inspetores suspeitam que o sujeito terá comprado a menor, falsificando a sua documentação de modo a que esta pudesse chegar à Bélgica.
O homem ter-se-à identificado como pai da menina quando, no domingo, 20 de setembro, desembarcou do voo e se apresentou ao SEF, garantindo que os dois seguiam para o aeroporto de Bruxelas. De acordo com o "Correio da Manhã", foi aqui que as suspeitas começaram a ser levantadas: o homem mostrou o passaporte da criança, o que levou a que os inspetores do SEF chamassem o apoio de Inspetores de Unidade de Identificação e Peritagem Documental do mesmo serviço, que concluíram que se tratava de um documento falso.
O guineense acabou por admitir que o passaporte era falso, assumindo que havia sido o próprio a falsificá-lo. Segundo o SEF, o documento era de outra pessoa.
Entretanto foram apreendidos mais documentos ao homem: assentos de nascimento, certificados de residência, passaportes, uma declaração manuscrita de venda de passaporte francês no valor de mil euros e vários registos de transferências bancárias. Segundo o mesmo jornal, tudo aponta que o homem, entretanto detido, tenha cometido o crime de contrafacção de documentos, sendo ainda suspeito de tráfico de seres humanos e auxilio à imigração ilegal. O homem não tem cadastro criminal, disse fonte do SEF ao jornal, mas a prova de ligação a uma rede de tráfico humano é forte.
Entretanto, a menor guineense ficou a cargo da unidade de tráfico humano do SEF, para posteriormente ser encaminhada para uma casa abrigo.