Pode estar para breve o fim das filas de espera nos pontos de controlo do Aeroporto de Lisboa. É que está a ser testado um novo projeto piloto que promete que o fluxo de passageiros dentro do aeroporto decorra sem barreiras. Como? Através da tecnologia da leitura de dados biométricos — como o rosto do passageiro.

O projeto chama-se Seamless Flow, começou a ser testado em outubro numa parceria entre a Frontex, a agência europeia de fronteiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a ANA, e está a ser mostrado a todos os visitantes da nova edição da Web Summit — aquela que é considerada a maior conferência de empreendedorismo e tecnologia na Europa.

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Segundo Catarina Zagalo, diretora de comunicação da ANA Aeroportos com quem a MAGG conversou na Web Summit, este é um conceito inovador que permite que "um indivíduo vá passando de ponto em ponto de controlo sem quaisquer barreiras" que impessam o fluxo livre de indivíduos no aeroporto.

"Quando o passageiro chega ao aeroporto, há vários pontos de controlo por onde tem de passar: o do check-in, o da entrega da bagagem, o do momento em que tem de mostrar o cartão de embarque, o do controlo de segurança e fronteira e, por fim, o momento do embarque no avião", explica.

E continua: "Cada um destes pontos é uma barreira que obriga um passageiro a identificar-se novamente. A visão do Seamless Flow é, portanto, a aplicação de um conceito que dita que podemos usar a tecnologia e a leitura dos dados biométricos para identificar os passageiros e fazê-los circular sem barreiras."

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A implementação deste novo sistema está prevista para meados de 2020 no Terminal 2 do aeroporto, o local onde se efetuam os embarques nas várias companhias aéreas low-cost. E o método de funcionamento não podia ser mais simples, tal como explica Catarina Zagalo.

O objetivo é apenas o de manter na carteira o passaporte ou qualquer outro documento identificativo, e permitir que a identificação e validação do passageiro (nas portas de embarque ou no acesso aos lounges) seja feita pela leitura do rosto ou da impressão digital.

"A ideia é que, a partir do momento em que o passageiro mostra o seu cartão de embarque e passaporte pela primeira vez, não tenha de o fazer novamente", explica.

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"Quando estamos nas portas de embarque, imediatamente antes da entrada no avião, formam-se várias filhas porque cada pessoa tem de voltar a mostrar o seu bilhete. O que se espera deste sistema é que venha substituir por completo as filhas de espera", precisamente porque o passageiro já foi identificado inúmeras vezes até ao momento em que chega ao último ponto de controlo.

Apesar de estar prevista a implementação no Terminal 2 do Aeroporto de Lisboa, ainda não há uma data exata. Em parte, refere Catarina Zagalo, porque ainda se encontra em fase de testes — onde se procura ver de que forma poderá ser utilizada a tecnologia.