Foi na madrugada de quinta-feira, 21 de julho, que Encarnação Sousa morreu. Tinha 113 anos, era a mulher mais velha de Portugal e uma das mais idosas da Europa. Nos últimos dias começou a ficar sem apetite e, na quarta-feira, 20 de julho, foi levada para o Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz, em Oliveira do Hospital, onde morreu. Estava num lar há 13 anos, em Vila Nova de Tazem, Gouveia, instituição da qual já tinha recebido apoio domiciliário.
Vinha de uma pequena aldeia no concelho de Seia, Tourais, onde nasceu em 1909. Viveu em África e só regressou a Portugal em 1969. Nasceu na monarquia, passou por duas guerras mundiais, pela Guerra Colonial e por duas pandemias – a da gripe espanhola, em 1918, e a de COVID-19, mais de 100 anos depois, em 2020.
“Estava sempre bem-disposta, gostava de conversar e todos os dias, à refeição, bebia um copo de vinho da adega de Vila Nova de Tazem”, confidenciou Maria Helena Batista, funcionária do Centro Social Paroquial Nossa Senhora Assunção ao "Correio da Manhã".
Encarnação Sousa deixou uma família grande: teve nove filhos, 14 netos, 23 bisnetos e três trinetos, para os quais “foi um exemplo (...) e uma guerreira", enchendo-os "de orgulho com a sua coragem”, confessou a filha Manuela Sousa Santos, de 76 anos, ao "Correio da Manhã".