Pedro Ferreira, 38 anos, da corporação de bombeiros de Oliveira dos Frades, morreu na segunda-feira, 5 de setembro, a combater as chamas de um incêndio que deflagrou no seu concelho.
Filho de pai bombeiro, soldado da paz desde os 18 anos, casado e pai de um menino de oito anos, Pedro Ferreira fazia parte da equipa de intervenção permanente, tendo sido um dos primeiros a chegar ao incêndio. Foi encontrado morto depois de ter desaparecido numa zona de fumo denso e baixo, descreve o "Correio da Manhã", que terá sido a causa da sua morte.
Fernando Farreca, comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades lembrou Pedro Ferreira como "um excelente funcionário, que cresceu no seio dos bombeiros", fazendo alusão à sua infância, passada no quartel, junto do pai e dos colegas.
A região Centro do País tem sido a mais fustigada pelos fogos nos últimos dias. Entre as seis e as 18 horas de segunda-feira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil registou 100 incêndios.
Esteve durante 42 horas ativo um fogo no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, concelho de Porto de Mós, que destrui mil hectares de mato. Em Albergaria, as chamas criaram duas frentes ativas, que levaram à interrupção do trânsito nos dois sentidos do IC2. Em Castro Daire, uma viatura da Força Especial de Proteção Civil ardeu com dois elementos da Equipa de Análise e Uso de Fogo, que escaparam.
Pedro Ferreira é o sexto operacional que morre em 2020, num espaço de dois meses. Das vítimas fazem parte o chefe de equipa dos Bombeiros de Miranda do Corvo, José Augusto, de 55 anos; André Pedrosa, 34 anos, elemento do Voluntários de Leiria, que se sentiu mal enquanto fazia vigilância; Diogo Dias, 21 anos, dos bombeiros de Proença-a-Nova, que perdeu a vida numa viatura que de despistou a caminho de um fogo em Oleiros; Carlos Carvalho, bombeiro da Cuba, ferido no incêndio que em julho deflagrou em Castro Verde; e ainda Jorge Jardim, piloto de 65 anos que conduzia o Canadair que de despenhou no combate às chamas no Parque do Gerês.