O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, afirmou esta quinta-feira, 28 de outubro, que as novas restrições para combater a COVID-19 serão apenas a nível territorial e mais circunscritas, afastando assim a hipótese de o Governo avançar para confinamento nacional. A declaração surge no dia em que Portugal atingiu um novo recorde casos positivos, 3.960, e em que países europeus anunciam medidas rigorosas ou mesmo o confinamento.

De acordo com Lacerda Sales, numa entrevista ao podcast Política com Palavra do Partido Socialista (PS), esta estratégia territorial visa que "outros territórios que não estão tanto sobre pressão possam respirar do ponto de vista económico e social". Contudo, tudo irá depender do evoluir do número de casos.

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Lacerda Sales defendeu que é preciso "estabilizar num determinado modelo e obviamente que quanto mais uniforme conseguir ser esse modelo", que terá em conta variáveis como os novos casos confirmados por 100 mil habitantes ou a pressão sobre os hospitais, "maior segurança e maior confiança será dada às populações".

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde foi ainda questionado quanto ao facto de o modelo ser de base concelhia ou distrital, mas Lacerda Sales refere apenas que terá "o consenso da grande maioria dos intervenientes" das áreas da saúde, proteção civil, das autarquias ou segurança social.

Quanto à possibilidade de Portugal passar do estado de calamidade para estado de emergência, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde diz somente que "todos os países da Europa estão neste momento a tentar estabilizar num determinado modelo que pode comportar muitas variáveis".

"Penso que as medidas têm que se adaptar àquilo que é em cada região a própria evolução e os próprios dados epidemiológicos", acrescenta.

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Contudo, as novas medidas só serão conhecidas depois de o Conselho de Ministros extraordinário reunir este sábado, 31, para definir novas "ações imediatas" de prevenção e controlo da COVID-19. Além desta sessão, já esta sexta-feira, 30, serão realizadas reuniões entre o primeiro-ministro e os partidos.