Marco da Silva, português de 32 anos acusado de matar a namorada Ana Catarina Lopes, de 25 anos, na noite de 15 para 16 de janeiro de 2017, foi esta terça-feira, 12 de janeiro, condenado a prisão perpétua pelo Ministério Público do Luxemburgo, país onde aconteceu o crime. Desde junho de 2017 que o homem estava a cumprir prisão preventiva no Centro Penitenciário de Schrassig, no Luxemburgo, e só agora a justiça daquele país considerou Marco da Silva culpado do crime.
Ana Catarina Lopes foi dada como desaparecida a 16 de janeiro de 2017 pela mãe a quem na noite do crime tinha enviado uma mensagem a avisar que ia comer algo num restaurante de fast food antes de regressar a casa. Contudo, o regresso não aconteceu e foi o primeiro sinal de que algo não estaria bem.
Conforme foi apurado pelas autoridades, a vítima de Marco da Silva terá sido esfaqueada nas costas e transportada de carro cerca de 30 quilómetros até uma zona de terra batida e arvoredo, junto à fronteira, em Roussy-le-Village, França, avança a Renascença. Foi aí que Marco da Silva se desfez do corpo e de eventuais provas do crime ao queimar o carro. O corpo de Ana Catarina Lopes foi encontrado dois dias depois pelas autoridades locais, completamente carbonizado, razão pela qual só foi possível identificar a identidade da jovem após uma análise de ADN.
As únicas pistas encontradas durante a investigação foram um saco de fast-food, que batia certo com a mensagem enviada pela jovem portuguesa à mãe, e vestígios de sangue junto da casa de família, em Bonnevoie, o que leva as autoridades a acreditar que o crime terá começado neste local.
O julgamento do caso começou em março de 2020 e além das provas recolhidas pelos peritos, as autoridades registaram incongruências nos depoimentos das testemunhas, o que levou o Ministério Público do Luxemburgo a pedir a prisão perpétua para Marco da Silva, por considerar que o homicídio de Ana Catarina Lopes foi "deliberadamente planeado".
A relação entre o casal havia terminado um ano antes do crime, em 2016, e era pautada por agressões físicas e ameaças. Marco da Silva e Ana Catarina Lopes, ambos naturais de Seia, tinham um filho em comum, atualmente com cinco anos, que estava sob a guarda de Ana.
Segundo a TVI, a jovem de 25 anos já tinha apresentado várias queixas contra o ex-companheiro, o que levou as autoridades a suspeitar imediatamente de Marco da Silva quando o corpo foi encontrado.
Contudo, durante as investigações o homem português alegou estar inocente e chegou a apontar as razões do homicídio para uma alegada ligação da jovem com drogas e tráfico de estupefacientes, garantindo que Ana Catarina lhe havia confessado que estava a atravessar dias complicados e que temia pela vida da ex-companheira. No entanto, o depoimento não convenceu o juiz nem o Ministério Público, de acordo com o jornal luxemburguês "Contacto".
O assassinato de Ana Catarina Lopes não terá sido o único crime de Marco da Silva, que anteriormente tinha sido acusado de agressões e injúrias à polícia por “ter passado com o carro por cima do pé de um polícia e de ter ferido um segundo agente ao abrir a porta do carro, de forma violenta”.