Esta quinta-feira à noite, 11 de fevereiro, o restaurante e associação cultural Lapo, em Lisboa, organizou uma festa e voltou a violar as regras do confinamento em vigor. Sem máscara ou distanciamento social, foram várias as pessoas (incluíndo crianças e idosos) que se juntarem no estabelecimento. Num vídeo transmitido em direto para a rede social Facebook, os convidados cantaram "Grândola Vila Morena", e António Guerreiro, o dono do Lapo, afirmou que "resistir é preciso".

Lapo. O restaurante que recusou fechar durante confinamento pode pagar multa até 20 mil euros
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"A liberdade não se pede, exerce-se", disse o proprietário, tal como escreve o "Observador", incentivando os colegas da área da restauração a abrir portas, mesmo com o governo a não permitir o funcionamento deste tipo de espaços. "Meus amigos, resistir é preciso. Abram os vossos negócios", afirmou António Guerreiro.

Durante a transmissão em direto da festa, um utilizador do Facebook questionou os proprietários sobre as multas que já foram notificados a pagar, dado que estes incorrem numa coima até 20 mil euros por terem recusado fechar o estabelecimento no mês de janeiro."Só paga coimas quem quiser. As medidas do governo são ilegais. A Constituição da República Portuguesa é a lei suprema do País", responderam os donos do restaurante e espaço cultural.

lapo
Foram várias as pessoas que se juntaram no Lapo na noite de 11 de fevereiro.

"Na sequência do levantamento do auto por contraordenação ao proprietário do Restaurante LAPO, por incumprimento da suspensão do estabelecimento de restauração determinado pelo Estado de Emergência decretado no passado dia 14 de janeiro, a PSP notificou, no dia de ontem, aquele responsável para, querendo, exercer o seu direito de defesa ou optar pelo pagamento voluntário da coima”, confirmou a Polícia de Segurança Pública em comunicado enviado às redações acerca da primeira violação do estabelecimento, de acordo com o "Observador".

A 28 de janeiro, os proprietários organizaram um protesto à porta do restaurante, reforçando a recusa em encerrar. António Guerreiro e Bruna Guerreiro, os sócios-gerentes do Lapo, invocam o 21.º artigo da Constituição da República Portuguesa – Direito de Resistência, para manter o espaço aberto. "A defesa da saúde pública não deve nem pode tornar-se um álibi para um atentado contra a vida e a liberdade do povo português", escreveram num manifesto publicado nas redes sociais e também à porta do estabelecimento lisboeta.