O restaurante Lapo, em Lisboa, que — após serem decretadas as medidas de confinamento — se recusou a fechar, organizou agora uma manifestação que juntou dezenas de pessoas à porta do estabelecimento. A manifestação ocorreu esta quarta-feira, 27 de janeiro, e foi anunciada através do Instagram. É nesta rede social que os proprietários têm vindo a partilhar várias publicações nas quais fazem questão de deixar bem assente que não concordam com algumas medidas postas em prática pelo governo.
Logo após ser decretado o confinamento e as respetivas restrições, que estabeleceram que a restauração apenas podia funcionar em serviço de take-away e entrega em casa, o casal decidiu invocar a Constituição da República.
"Na sequência da promulgação do Decreto-Lei n.º 6-A/2021, de 14 de Janeiro, e após uma avaliação dos factos presentes coerente com os nossos princípios morais e éticos, assim como com o espírito - e a letra - da Constituição da República Portuguesa, nós, António Guerreiro e Bruna Guerreiro, sócios-gerentes da empresa Atelier Lapo Lda., decidimos manter o restaurante Lapo aberto, invocando o artigo 21.º da Constituição da República Portuguesa - Direito de Resistência", escreveram num comunicado, na altura, divulgado na rede social Instagram.
Apesar de o Lapo ainda ter permanecido aberto após as medidas entrarem em vigor, no dia seguinte os proprietários decidiram não o fazer "sobretudo, por respeito à sensibilização dos agentes da PSP", anunciando em comunicado que, brevemente, voltariam a partilhar informações sobre as ações que iriam desenvolver.
Uma dessas ações ocorreu esta quarta-feira, 27, à porta do estabelecimento. Imagens da manifestação organizada pelos proprietários foram divulgadas na rede social do Lapo onde é possível ver dezenas de pessoas, muitas delas, sem máscara.
A PSP também esteve no local tendo-se colocado em frente à porta do restaurante.
"Não há absolutamente nenhuma informação científica que demonstre que os restaurantes são focos de contágio quando comparados com aviões repletos de passageiros confinados ao mesmo espaço durante horas, transportes públicos pejados de pessoas em horas de, provas de desporto automóvel, atividades políticas, e.t.c", defendem ainda António e Bruna no comunicado.