António Raminhos prepara-se para lançar um novo livro em meados de setembro. O humorista vai escrever sobre experiências e vivências relacionadas com a ansiedade e perturbação obsessivo compulsiva. Este é o seu primeiro projeto sobre o tema, depois de ter revelado que passou por problemas com a ansiedade.

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Em entrevista à MAGG, conta que vai relatar algumas histórias da sua vida com piadas e humor à mistura. "A ideia de escrever o livro surgiu a partir do momento em que comecei a falar mais desta questão e percebi que as pessoas se identificavam", começa por dizer.

No seu entender, é importante que quem padece de doenças mentais partilhe os seus pensamentos e possa falar com alguém a esse respeito. "É importante que as pessoas percebam que não é nada do outro mundo. Quando comecei a falar sobre a saúde mental, as pessoas dirigiam-se a mim e davam-me os parabéns. Mas não contei nenhum segredo mórbido sobre a minha vida. O estigma na saúde mental não faz sentido", explica.

O humorista afirma ainda que é essencial que quem atravessa por doenças mentais não tenha receio de falar sobre o assunto, pois existem mais pessoas a passar pelo mesmo, algo que não sabia quando o transtorno surgiu na sua vida. "Todos somos estranhos até percebermos que isso é normal. Enquanto não partilharmos as nossas ideias, achamos que estamos sozinhos no mundo", frisa.

Na publicação do Instagram que partilhou, na qual deu conta que está a escrever um novo livro, o humorista revela que teve alguns episódios de ansiedade ao recordar momentos da sua vida. "É doloroso ir a alguns sítios que não queremos voltar. Há palavras que ainda nem consegui escrever, porque é como se lhes estivesse a dar força."

António Raminhos já enfrentou uma depressão

Em junho do último ano, Raminhos contou à MAGG que já passou por uma depressão e que encontrou na psicoterapia a ajuda de que precisava. "Eu desde pequeno que tinha ideias de coisas que estavam ligadas a este transtorno obsessivo compulsivo, de contaminação, medo de morrer, coisas muito intensas", disse.

Revelou ainda que, até aos 18 anos, conseguiu esconder o transtorno, mas quando entrou para a faculdade tudo mudou. "Entrei nesse registo de não conseguir andar de autocarro, de não conseguir sair de casa", frisou, acrescentando ainda que percebeu que estava na altura de ir ao psicólogo.

Até 2006, quando ainda os casos de saúde mental estavam escondidos na cabeça de quem os enfrentava, Raminhos não sabia que existiam mais pessoas a passar pela mesma situação e começou a ler vários livros sobre o assunto.

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