David Carreira, cantor e ator de 31 anos, lançou no dia 19 de maio o seu oitavo álbum, o “Oyto”, que afirma ser “o melhor álbum” da sua carreira de quase 12 anos. Conta com várias colaborações com artistas como Mc Kevinho, Ludmilla, Giulia Be ou Yasmine, e o artista realizou um concerto gratuito no metro da Alameda, em Lisboa, para o apresentar.

Na televisão, o ator vestiu a pele de Lourenço enquanto protagonista da oitava temporada de “Morangos com Açúcar”, na TVI, e também integrou o elenco de telenovelas como “Santa Bárbara”, “Bem Me Quer” e “Rua das Flores”. David Carreira revelou a sua vontade de regressar à serie juvenil, que o marcou bastante, já que significou o início da sua carreira.

O artista foi pai de Lucas Lourenço em janeiro de 2023, fruto da relação com Carolina Carvalho. Sobre a paternidade, afirma que é “a melhor fase” da sua vida. Além disso, falou sobre a Associação Sara Carreira, da qual é embaixador, que esteve com candidaturas abertas para mais 10 bolseiros até quarta-feira, 31 de maio.

Miguel Costa. "A partir do momento em que passei a ser pai, tenho medo de morrer"
Miguel Costa. "A partir do momento em que passei a ser pai, tenho medo de morrer"
Ver artigo

Lançou o álbum “OYTO”, no dia 19 de maio, quatro anos depois do último, o “7”. O que o levou a demorar todo este tempo?
O que me levou a demorar tanto tempo foi sobretudo a necessidade de viver coisas novas, de ter mais tempo fora do estúdio para poder vivenciar coisas novas, para poder ter uma vida normal entre os concertos e os vários projetos que eu acabei por fazer. Acabei por estar mais desligado da parte do estúdio, porque eu andava com uma média de um álbum por ano ou um álbum de ano e meio em ano e meio. Então senti que estava a precisar de acalmar um pouco o ritmo para vir com coisas novas, com temas novos. Quando digo temas, é sobretudo temáticas novas.

Então acho que me fez muito bem essa paragem durante esses quatro anos, porque neste momento já lancei este “Oyto” e já tenho na fase de fecho um próximo álbum também. Prometi aos fãs que ia lançar muita música agora nos próximos tempos e os quatro anos deram-me a possibilidade de poder preparar isso também, de poder vir aqui com uma nova energia. Sabes quando estás durante quase 10 anos sem parar num ritmo de muita produtividade e desligas de repente e ficas quatro anos sem fazer isso? Quando voltas, voltas novamente com o mesmo espírito de quando iniciaste, a mesma adrenalina, a mesma vontade e é essa diferença que eu sinto agora.

Garante que este é “o melhor álbum” da sua carreira. O que faz dele tão especial?
Desde já, é o álbum mais internacional também, é o álbum em que acabo por ter duetos com o Kevinho, Ludmilla, Giulia Be, Dilsinho, Mateus Fernandes, Yasmine, Deejay Télio. É um álbum de muitas parcerias, é possivelmente o álbum em que o lançamento obteve os melhores resultados até agora. Com as tecnologias consegues ter acesso a isso. Neste momento, estamos com 26 milhões de streams no Spotify, não contando com outras plataformas como o Youtube ou Apple Music. Acho que de todos os álbuns, é o meu melhor número no Spotify, neste momento. Então, por esse lado, estou mega feliz.

Depois são temáticas diferentes, sobretudo as novas músicas. O “Tu e Eu”, o “Vou Tentar” foi escrito com o Bluay, que é um grande artista com quem estou a trabalhar ultimamente em estúdio, a base da música foi feita entre nós e o Garcia. Até sinto que há já uma evolução na escrita, na forma de cantar, na forma de escrever também, há essa evolução até dentro do álbum “Oyto”. Se ouvires a música “Festa”, que é a música mais antiga, e ouvires agora a “Tu e Eu”, uma das mais recentes, já se nota uma diferença na escrita mesmo dentro do álbum “Oyto”. Por isso é que acho que é o meu melhor álbum desde sempre.

Como está a ser a receção deste álbum pelo público? A nível de números está a correr bem, mas como está a ser o feedback?
Está a ser ótimo, mesmo, está a ser muito bom. Fiz uma atuação agora no metro. Por acaso o Bluay falhou, é daqueles amigos que não aparecem naqueles momentos importantes. Gostas muito deles, mas nos momentos em que tu gostavas que ele estivesse lá, ele decidiu estar noutro sítio (risos).

Foi um evento mega giro, aquilo estava cheio, até poderia estar mais cheio, porque a linha vermelha ficou cortada devido a uma avaria. Então houve muita gente que queria ir lá e não conseguiu assistir, mas mesmo assim estava cheio. Para mim é ótimo, para os artistas que estiveram lá também, para as pessoas que fizeram parte desse processo do álbum também, ver toda a gente lá e ao fim de dois dias depois do álbum sair já saberem as letras, cantarem as canções. Eu até pus no Instagram um apanhado daquilo que foi, um post, e tu notas que parece que o álbum já saiu há um mês e é muito bom.

Esse concerto no metro da Alameda, em Lisboa, foi gratuito e num local talvez inesperado. Porquê esta escolha?
Sinto que estive parado durante quatro anos em que literalmente não lancei álbuns, lancei muito poucas músicas, não lancei muitas pela quantidade que eu lançava antigamente e então eu queria ter essa ligação direta com as pessoas. Daí a fazer a atuação no metro, daí a uma semana antes do álbum sair andar pelas ruas mascarado e perguntar ao pessoal o que é que achava de mim, o que achavam que ia surgir no novo álbum.

Há cinco, seis dias também estive na baixa, em Lisboa, e fiz ali uma brincadeira ao piano com o Dilsinho e um rapaz que estava a tocar na rua, que é o Miguel Magalhães, e que estava a fazer uma atuação lá. Fomos, juntou-se ali mais gente e a ideia é ter essa ligação direta com as pessoas, pessoal e próxima, e voltar a ter cada vez mais essa ligação próxima, visto que estive mais afastado da música e dessa ligação com as pessoas nos últimos três anos e meio ou quatro anos.

Tinha receio de que este afastamento da música fizesse com que as pessoas resistissem a ouvir o “Oyto”?
Acho que há sempre um certo receio, mas eu tenho a sorte de ter uma família, é assim que eu chamo, os fãs mais próximos são uma família, que me acompanha já há 12 anos, está a fazer agora. Há uma ligação muito próxima, é familiar, é amizade. Há muitos fãs que eu conheço que vêm ver os concertos todos da digressão em Portugal ou fora de Portugal.

Tenho essa ligação direta com os meus fãs, através do Whatsapp até, eu dou o meu número do Whatsapp nas redes sociais, os fãs falam comigo. Portanto acabo por não ter esse receio porque estou conectado com eles diariamente e tenho a capacidade e a possibilidade de sentir o que é que eles estão à espera, de ter essa conexão com eles. Acabo por não sentir tanto esse receio de ‘será que eles vão gostar ou será que não vão gostar?’, porque estou quase diariamente a falar com eles. Apesar de não lançar música, estou presente. 

No “Oyto” tem colaborações com Kevinho, Giulia Be, Dilsinho, Yasmine ou Deejay Télio. Quais foram os critérios para escolher estes artistas para colaborar consigo?
Não há propriamente um critério. Por exemplo, o critério de o Bluay se juntar é a amizade, é o que acontece no estúdio. No momento há um feeling, há uma ligação e depois através da música acabas por criar essas ligações pessoais. É óbvio que algumas pessoas que estão no projeto estão à distância do País e acabas por não criar essa ligação tão facilmente, mas há muitos artistas que fazem parte deste álbum, como o Kevinho, com quem já tenho uma relação de amizade, o Dilsinho, a Yasmine, Mateus Fernandes, com a Giulia Be também já tenho uma relação pessoal, o [Deejay] Télio já vem de antes deste álbum, de há muitos anos. E estou a falar agora só de pessoas que entram a cantar no álbum e não nos compositores. O critério não foi pensar ‘quero internacionalizar a minha música’, mas acabou por surgir assim naturalmente.

Também revelou que este “não será o único álbum para 2023” e que terá uma música para o seu filho, Lucas, e para a sua irmã, Sara Carreira.
Não posso acrescentar muito mais. Ainda estou no processo de finalizar o álbum e sobretudo na vontade das pessoas descobrirem este novo [o “Oyto"]. Este novo álbum é o meu oitavo álbum e eu escondi oito pistas tanto dentro dos videoclipes no Youtube, como dentro dos canvas no Spotify e até dentro do merchandising, dentro do álbum físico. Portanto há oito pistas que acabam por desvendar o que é que vai acontecer ligado a este álbum e também ligado ao próximo álbum e a projetos futuros. O que eu digo sempre aos fãs é ‘vão à procura destas pistas para perceberem o que é que eu estou a preparar agora nos próximos seis meses a um ano’. 

O David foi pai de Lucas, que nasceu em janeiro deste ano, com Carolina Carvalho. Como estão a ser estes meses e experienciar a paternidade?
Está a ser ótimo e é um motivador, é algo que me ajuda muito e até me está a motivar para compor os próximos temas, é algo que é das melhores coisas que existem no mundo. Estou mega feliz, mega contente.

Tem vários concertos já marcados para este ano. Está preparado para lidar com as saudades do Lucas?
Vou tentar matar essas saudades da maneira que posso. Em algumas músicas deste álbum ele esteve em estúdio para ouvir-me a gravar. A maior parte das músicas ele ouviu-as antes de eu lançar sequer o álbum. Acabo por arranjar sempre maneira de estar com ele durante esses processos todos. Durante os concertos vai ser muito difícil, porque ele ainda é muito novo, mas faz parte. É uma fase diferente da minha vida, mas é a melhor fase que eu podia ter agora. Até me dá mais vontade de estar aqui e de aproveitar estes momentos para fazer a melhor música possível.

O David e a Carolina não expõem muito o Lucas nas vossas redes sociais. Há algum motivo para isso?
Não pensamos ainda muito nisso. Há muita gente a pedir para ver, tanto imprensa como pessoal nas redes sociais, estão sempre a dizer ‘mostra o Lucas, mostra o Lucas’. Eu próprio às vezes tenho vontade de o mostrar, mas não sentimos que era o momento exato. Acho que vai acontecer quando tiver de acontecer, quando sentirmos os dois. Mas é óbvio que há momentos em que eu tiro uma foto com ele e a foto é mega fofa e apetece-me partilhar com o mundo inteiro e apetece-me mostrar aquele momento e partilhar a minha felicidade. Isso vai acabar por acontecer um dia destes, mas até agora não foi nada pensado ou estudado, simplesmente ainda não aconteceu.

O David foi protagonista da oitava temporada de “Morangos com Açúcar” e afirmou que gostava de entrar numa próxima temporada. Porquê esta vontade? Em que é que esta série juvenil o marcou?
A série marcou-me, porque eu comecei lá. Antes de sequer cantar, foi nos “Morangos com Açúcar” que eu comecei a minha carreira. Então para mim, a nível de simbolismo, faz todo o sentido estar presente neste regresso, seja neste regresso ou numa próxima temporada, é algo que para mim faz todo o sentido e é um projeto em que eu cresci lá dentro, comecei lá dentro. Voltar agora passado uns tempos como professor nos “Morangos” ou como aluno mais velho ou de outra forma qualquer, tenho a certeza que ia ser fixe.

já recebi várias vezes convites na ficção para fazer de cantor que eu sempre recusei, porque achei que era muito próximo daquilo que eu sou na vida real. Neste caso, para estes “Morangos”, se me pusessem para ser cantor eu aí já aceitava, porque acho que faz sentido. A personagem estava ligada às artes, à dança e à música. Se voltar como cantor que conseguiu vingar na música, para mim já faria sentido e era capaz de equacionar.

Também já integrou o elenco de novelas como “Santa Bárbara”, “Bem Me Quer” e “Rua das Flores”. Está nos seus planos continuar a representar? Ou pretende focar-se na música por agora?
Está nos meus planos. Eu sou exclusivo TVI, portanto acabo por estar relacionado a muitos projetos da TVI, daí também fazer todo o sentido entrar nos “Morangos” ou ter uma participação especial nesta ou na próxima temporada, porque acabo por ter essa ligação muito vincada com o canal desde o início da minha carreira. A TVI tendo projetos e propondo esses projetos, eu acabo por aceitar, se eu gostar da ideia, como foi o caso do último projeto, a “Rua das Flores”.

Acho que dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo, hoje em dia dá para conciliar e fazer a novela, lançar um novo álbum, lançar um novo clipe, colocar músicas novas nas novelas, nos “Morangos” até, era uma das coisas eu que gostava de fazer. Para mim, a nível de concretização pessoal, começar nos “Morangos” e agora nesta nova temporada ter, por exemplo, uma música minha, seria uma concretização pessoal muito forte. Foram os “Morangos” que me lançaram e agora ter uma música lá na banda sonora seria algo único e tenho a certeza de que os meus fãs iriam gostar, porque faz sentido. Por isso quem sabe vai acontecer, não posso dizer mais nada.

E qual foi a personagem e a novela mais marcante para si?
Os “Morangos com Açúcar”, porque foi o início. Entrei sem ter noções claras de representação, fiz lá o workshop na altura. Nós éramos 50 nesse workshop e ficaram uns 12, salvo erro. Eu acabei por ser protagonista sem nunca ter tido experiência na representação e foi uma escola para todos nós.

Neste momento, eu acabei através dos “Morangos” por fazer uma carreira na música e na representação, a Gabriela Barros, que era protagonista comigo, também tem uma carreira brutal na representação. Ela tem uma voz brutal, por isso também poderia cantar facilmente. Aquilo foi uma escola, por isso é que para mim tem um significado muito importante.

A Associação Sara Carreira já conta com 35 bolseiros e vai atribuir mais 10 bolsas até ao final de maio. Sente que o caminho com estes jovens está a dar frutos?
Todos os anos haverá sempre candidaturas para acrescentar mais jovens. Sinto que já é uma vitória saber que estamos a dar condições a esses jovens de poderem estudar e de serem aconselhados. Além dos estudos, o que é importante é eles terem pessoas que estão a vingar nas áreas onde eles querem ter trabalho, e terem alguém com muita experiência e de sucesso nessa área que lhes possa dar conselhos. É tão importante ou até mais do que propriamente os estudos. Depois na vida real é que vão descobrir verdadeiramente.

É como se fosse um curso de música. Uma coisa é o curso, outra coisa é estar aqui em estúdio e poder aprender com quem faz música diariamente. Eles tendo essa possibilidade, cada um nas suas áreas, de contar com um mentor que lhes pode aconselhar as melhores práticas, avisar dos erros ou dos problemas que poderão encontrar nas suas profissões, é meio caminho andado para as coisas correrem bem na vida profissional deles. Portanto para nós, poder dar essa possibilidade é uma grande vitória. Depois cabe a eles aproveitarem essas oportunidades, a possibilidade de estudar e esse aconselhamento, para terem sucesso e serem felizes nas áreas que eles escolheram.

Quais são os seus planos para o futuro?
Que este álbum seja um grande sucesso, que as pessoas gostem muito das músicas, partilhem muito as músicas, e quero encontrar-me com as pessoas presencialmente nos concertos desta tour e da próxima tour, na qual vai haver muitas surpresas. E esta entrevista hoje deu-me vontade de basicamente ver música minha nos “Morangos”, era uma coisa que me deixava muito feliz. Puxou-me essa vontade.

As coisas MAGGníficas da vida!

Siga a MAGG nas redes sociais.

Não é o MAGG, é a MAGG.

Siga a MAGG nas redes sociais.