Quem viu a atriz e apresentadora Sara Matos na primeira gala do "Ídolos", programa da SIC, a 21 de maio, não diria que tinha sido mãe em setembro do ano passado. Tinham passado apenas oito meses desde que a vida da apresentadora e de Pedro Teixeira, com quem teve o primeiro filho, mudara. A maternidade faz agora parte da vida de Sara Matos, mas não só da vida pessoal.

A apresentadora foi escolhida para dar cara e voz ao projeto Chicco Dá Vida, que este ano celebra o 16.º aniversário. Sara Matos é assim a 16.º embaixadora do projeto, que tem como objetivo garantir o bem estar de todos os bebés e famílias, através do apoio com equipamento e material específico a Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais de hospitais portugueses.

Sara Matos sobre apresentar o "Ídolos". "Estou preparada para tudo. Se cair, vou cair em bom"
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Ao longo de mais uma década, 1% das compras feitas na Chicco tem servido para apoiar esta causa, que este ano tem a força e voz de Sara Matos, mãe de Manuel, atualmente com 10 meses. A campanha está prestes a ser lançada e a MAGG esteve no making of, no qual falámos com a apresentadora sobre como está a ser abraçar esta causa que agora lhe é tão próxima e também sobre os últimos meses, que não têm girado apenas à volta da maternidade.

Sara Matos apresentou-se extremamente elegante na gala dos Globos de Ouro, participou no programa da SIC "A Máscara", apareceu na nova novela "Lua de Mel" com a personagem Elsa Santinho e conduziu as audições e galas do "Ídolos", que terminaram a 3 de julho, com a vitória de Eduardo Gonçalves. Mostra assim que é uma mãe e mulher de garra, ao mesmo tempo que é despreocupada com o futuro.

Não idealiza projetos, não idealiza que mãe quer ser, sabe apenas que, quando as coisas aparecem, as agarra com convicção. E assim é neste novo papel de embaixadora de uma causa.

O projeto Chicco Dá Vida 2022 surge numa altura em que já é mãe. Tem, por isso, um significado especial?
Eu não estava envolvida no projeto antes. É um projeto que vai fazer 16 anos e eu não acompanhava tanto, porque é natural que quando ainda não somos mães, não estamos tão despertas para estes assuntos. Vamos acompanhando sempre o que se passa e há sempre bebés e crianças a precisar de ajuda, mas com outros projetos, não específico neste. Obviamente que ao ser a cara e dar a voz a este projeto é diferente. Estou muito mais por dentro agora e fui convidada precisamente por ser mãe há pouco tempo — há nove meses e uma semana, precisamente [risos].

Sara Matos, embaixadora do projeto Chicco Dá Vida 2022
Sara Matos, embaixadora do projeto Chicco Dá Vida 2022 créditos: divulgação

Portanto, se já temos empatia por qualquer projeto quando é para ajudar os outros, muito mais quando se trata de crianças e bebés, este vem um bocadinho com um orgulho de poder ser a voz de algo que passa muito por pequenos gestos fazerem a diferença.

Nós, no nosso dia a dia, temos sempre de comprar alguma coisa. Não precisa de ser o 'comprar' no nosso pensamento consumista, mas um bem essencial para o nosso bebé, que precisamos mesmo para o seu bem estar. Seja uma fralda ou umas toalhitas, o que quer que seja, podemos estar realmente a ajudar uma criança. E surge muito daí.

Há hospitais que precisam de ajuda e de equipamentos específicos para ajudar bebés seja na altura em que estão a nascer ou nos primeiros dias e esta ação passa por reunir algum poder financeiro para ajudar algumas unidades neonatais.

Como é que foi a própria experiência da Sara no hospital? Foi o que esperava?
Enquanto mãe correu tudo lindamente, não tenho queixa nenhuma. Foi no hospital da Luz. Fui super bem acompanhada e um dia, se eventualmente poder vir a ser mãe outra vez, vou voltar onde tudo correu bem.

Mudou a forma de ver a maternidade e, estando agora dentro de um projeto que apoia algumas mães que estão sozinhas, a responsabilidade de ser mãe?
Não acho que é um projeto que nos ensine a ver as coisas de outra forma. Acho é que sentimos uma empatia diferente depois de sermos mães por projetos como este, sem dúvida. Porque pensamos "e se fosse com o meu?" ou "e se fosse o meu bebé?". É uma coisa que sentimos e pensamos "e se eu estivesse neste lugar?", acho que passa muito por aí. Por isso é que me faz muito sentido fazer este projeto nesta fase da minha vida.

O que é que foi mais desafiante na maternidade para si?
Acho que várias coisas. Desde o momento em que o bebé tem os primeiros dias de vida e queremos fazer de tudo para que se sinta seguro, bem, sendo que um bebé até aos 4 meses pede muito pele a pele, muito colo. Os primeiros meses é aquela coisa de a mãe tem de estar bem para o bebé estar bem. É aqui um jogo de como é que podemos dar o melhor para o nosso bebé e ao mesmo tempo não nos esquecermos de nós próprias. Acho que o desafio foi muito isso.

Felizmente correu tudo bem na amamentação, pude amamentar o meu filho pelo menos até aos 6 meses, mas não digo que não tenha havido vários desafios em relação a isso. São vários e temos de estar prontas para isso.

Sara Matos sobre a maternidade. "Nos primeiros dias os meus mamilos estavam com feridas já"
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Havia alguma coisa para a qual achava que estava pronta e depois não correu assim tão bem?
Não. Porquê? Porque tentei sempre não idealizar o que quer que seja e não criar expectativas em relação a nada. Todos os bebés são diferentes e eu também não sabia como é que ia viver esta questão da maternidade. Portanto, acho que aqui o maior segredo foi realmente não perspetivar nada.

E em termos do que tem sido mais recompensador?
Isso é uma coisa que acho que nem dá para falar ou escrever. É uma coisa que se sente, é impressionante. Tudo recompensa todos os dias.

Sei que a Sara teve o apoio inicial de uma enfermeira e também tem tido o apoio do Pedro. Isso foi fundamental para esta fase desconhecida?
Sim. Porque os meus horários são muito alternados. Tanto posso estar a gravar noite, como de dia, e felizmente tenho esta facilidade de ter alguém que me ajuda, ainda por cima escolhi uma pessoa profissional na área. Portanto, claro que isso me deu ainda mais segurança quando ia trabalhar. Porque sabia que às vezes não é só ter ali uma pessoa que cuida do bebé, mas uma pessoa que é uma profissional no assunto.

Obviamente que isso foi um bom suporte, mas porque eu tive capacidade para isso e sabia que ia começar a trabalhar desde muito cedo. Há muitas mães que não têm essa capacidade e não é por isso que não vão conseguir. E tem exatamente que ver com isso: sempre soube, antes do Manuel nascer, que ia precisar de ajuda. E não é só ajuda fisicamente nas coisas, em trocar fraldas, ficar com o bebé, mas ajuda para mim. Para saber se estou a fazer bem, se o bebé está bem.

Principalmente por ser uma primeira vez...
Exatamente. Psicologicamente também fiquei muito mais descansada quando ia trabalhar quando sabia que [ele] estava em boas mãos.

Nem nas gravações do "Ídolos" Sara largou o Manuel. "Levei sempre o meu bebé comigo"

A Sara dizia que desde muito cedo sabia que ia voltar a trabalhar. Isso já estava mais ou menos planeado?
Já tinha recebido convites. Felizmente tive a minha gestação toda muito tranquila e optei sempre por não trabalhar para vivê-la da melhor maneira. E na verdade estive com o Manuel em casa até aos 5 meses. Claro que fiz um projeto ou outro, fui aos Globos de Ouro, consegui ir logo com um mês de vida, depois ainda participei n'"A Máscara". Isso foram coisas muito pontuais, não foi trabalhar à séria.

O "Ídolos" sim, quando surgiu foi logo aos cinco meses do Manuel, mas até isso levei sempre o meu bebé comigo. Portanto, diria que agora sim é que estou mesmo a trabalhar a fundo, mas o bebé já tem 9 meses e está mais tranquilo em relação a isso.

Como é que foi essa gestão de levar o Manuel para o "Ídolos" e, numa fase muito inicial, gerir o tempo com ele no trabalho?
Diria que é muito mais fácil quando eles têm 5 meses do que agora. Porque as sestas já estão muito mais rotineiras e um bebé precisa de ter rotinas. E um bebé com 5 meses ainda está ali a perceber o que está a acontecer, ainda adormece muito no carrinho ou marsúpio. Neste caso, já é um bebé a aproximar-se do primeiro ano de vida, que reconhece o seu quarto, gosta das suas rotinas e faz-lhe bem. Portanto, agora já não há aquela facilidade de levá-lo para o trabalho, que ele também gosta de estar na sua casa e caminha.

Regressou ao trabalho já numa grande forma fisíca, como foi visível na altura. Foi algo natural, pensou nisso ou tentou-se preparar?
Sempre respeitei muito o meu corpo e quando digo respeitar, é que sempre o ouvi. Sou uma pessoa que se hidrata e gosta de comer bem, um equilíbrio certo, e sempre gostei muito de exercício físico. Acho que passou muito por ai. Não engordei praticamente nada na gravidez e isso ajudou, bastou isso. Não mudei nada na minha vida.

Falámos do aspeto físico, mas quanto à mente, o ioga de que gosta muito terá ajudado de alguma?
Eu praticava ioga e fazia exercício no ginásio. O ioga foi uma coisa que já surgiu faz dois anos quase. Agora, na verdade, não tenho sido muito regular, porque é impossível com o bebé e ele não me deixa estar a aproveitar o tapete o tempo inteiro [risos]. Mas sem dúvida que o ioga tem sido uma ajuda em todos os sentidos, tanto a nível físico, como psicológico. O ioga não passa só por estar ali a fazer alongamentos, mas por um trabalho interior.

Focando um bocadinho mais no "Ídolos", um novo desafio, como é que tem sido? Foi um bocadinho como recuar ao início da sua carreira no que toca à parte artística, musical, no "Morangos com Açúcar"?
Não. Acho que está muito longe disso. Sim, estamos a falar de um programa com música e alguma dança, temos conseguido, mas acho que são coisas completamente diferentes. Aqui estamos a falar de apresentação, uma coisa que nunca fiz antes, isto de falar diretamente para a câmara. Portanto, nunca viajei para esse momento dos "Morangos com Açúcar".

Foi mesmo um salto de acreditar, de 'vamos acreditar que isto é possível". O convite foi feito assim de uma semana para a outra e na verdade eu quis arriscar, e arrisquei.

Nunca tinha pensado antes em apresentar?
Nunca. Nunca me tinha passado pela cabeça.

Mas, mesmo assim, gostava de continuar a explorar este mundo da apresentação?
Não faço ideia. Mas isso tem que ver com a minha maneira de estar na vida, que é viver o presente e veremos.

Além do projeto "Ídolos", voltou com a Elsa Santinho na nova novela "Lua de Mel".
A Elsa Santinha foi cantar e cantou no primeiro episódio da novela e foi muito bom ter feito parte desse projeto.

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Então não vai ter mais episódios na novela?
Não posso dizer nada sobre isso.

Voltando aqui ao papel de mãe, acha que vai ser assim uma mãe mais galinha, mais liberal?
Isso é uma pergunta muito... vou já responder: não idealizo nada na minha vida. Isso para mim é um terror pensar que vou idealizar o que quer que seja. É porque depois, se idealizamos e pensamos que vamos ser isto ou aquilo e não somos, depois não corre como queremos. Acho que o verdadeiro segredo aqui é viver o presente e isso é que é importante. Depois logo vemos o amanhã.

Imaginava-se outra vez a passar pelo processo de gravidez? Quer dizer, lá está, não idealiza, certo?
Não sei mesmo se voltarei a ter outra gravidez ou não, não é uma coisa que pense neste momento. Agora é só mesmo curtir ao máximo o Manuel e poder abraçar projetos que me deem algum gozo.

Em termos de sonhos, gostava de explorar uma outra área que seja para si até um hobbie ou interesse?
Sonhos tenho vários. Mas ter tempo para eles, não tenho muito. Porque neste momento já estou a abraçar projetos tão giros, mas que me retiram algum tempo e o tempo que tenho é para o Manuel. Mas posso dizer, por exemplo, quando digo sonhos é ter tempo para ir nadar, para fazer exercício físico, ler um livro. Isso para mim são tudo projetos também.