Prestes a lançar um documentário na Netflix sobre os altos e baixos da sua carreira, Robbie Williams falou, em entrevistas, sobre o estado frágil da sua saúde mental e alguns dos momentos mais difíceis pelos quais passou, desde a toxicodependência até à tentativa de suicídio. Williams, que detém o recorde do maior concerto de sempre do Reino Unido (em 2003, um total de 375 mil pessoas ao longo de três dias),é uma das maiores estrelas pop dos últimos 30 anos, desde a boysband Take That até à carreira a solo. 

No âmbito da promoção da minissérie, o cantor falou sobre como a sua saúde mental se foi deteriorando ao longo dos anos devido à fama. E revela que chegou a tentar por um fim à própria vida. 

“Não há nada de sexy em pegar numa faca e cortar os próprios pulsos, como eu fiz”, disse o músico ao jornal "The Mirror"Quando questionado se falava a sério, Robbie Williams continuou. "Estou a falar de eu ter cortado os meus próprios pulsos. A razão pela qual digo isto é para dizer que as pessoas são pessoas, quer estejam no MATS (“Casados à Primeira Vista”) ou no novo filme de Martin Scorsese. Temos de ter cuidado com as acusações que fazemos. Achamos que tal pessoa está a chamar a atenção por dizer que tem autismo. Isso não é correto".

O cantor de 49 anos já tinha dito que se debateu com vários problemas depois de se ter tornado conhecido, refugiando-se no álcool e nas drogas numa fase inicial. Em conversa com o “The Sun”, o cantor chega mesmo a dizer que, apesar de vomitar “bílis negra”, continuava a beber e a usar cocaína, acreditando que era ”indestrutível”. "Eu pensava que podia snifar mais, tomar mais comprimidos, beber mais e pensava que isso era um superpoder na altura. Não sabia que isso era a minha via rápida para a morte”, confessou. 

Robbie Williams disse também que, uma vez, ficou acordado durante seis dias devido a tudo o que tinha ingerido. “Eu estava com alguém que tinha negócios com traficantes e foi uma festa que durou seis dias e que passou muito rápido". Em 2007 acabou por ir para um centro de reabilitação depois de ter tomado speed, ácido, heroína, cocaína e “quantidades de parar o coração” de medicamentos. “Estando na ribalta, não se pode confiar em ninguém. Estava a ter um esgotamento nervoso e mental à frente a milhares de pessoas”, disse.

Entre 2006 e 2009, o cantor também lutou contra a agorafobia. O transtorno de ansiedade social, que cria medo e ansiedade de ficar em situações ou locais sem uma maneira de escapar ou em que a ajuda pode não estar disponível, fez com que Williams não conseguisse sair de casa durante estes três anos.

Estes altos e baixos são mostrados no novo documentário do cantor. A minissérie, que coincide com o 25.º aniversário do início da sua carreira a solo, inclui imagens de Williams a ir para o centro de reabilitação, o período em que bebia todas as noites e algumas imagens dele sob o efeito das drogas, abrangendo um período de 30 anos. Num dos piores momentos da sua vida, o cantor estava tão deprimido que chega mesmo a dizer para as câmaras que “seria melhor morrer”.

Robbie Williams também descreveu o quão difícil foi fazer o documentário, e que por vezes tinha de avançar algumas cenas de tão dolorosas que eram.  "Foi como ver um acidente em que estiveste envolvido, mas em câmara lenta. Era como suportar a nossa doença mental a um ritmo muito, muito lento, durante muito, muito tempo”, disse, citado pelo “Daily Mail”.

O novo documentário do cantor de 4 episódios, “Robbie Williams”, estreia-se na Netflix Portugal a 8 de novembro.

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