
Quando um ramen que chega a Lisboa teve como ponto de partida Tóquio sentimos a coisa como segura. É quase como aquele conforto que sentimos ao entrar num restaurante de comida chinesa e vemos chineses sentados à mesa.
No Afuri é assim. A cadeia de restaurante começou no Japão, com onze restaurantes em Tóquio e já é uma espécie de meca dos foodies e intagramers norte-americanos, desde que se instalou também em Portland. Nada como um caldo colorido e uma gema mal cozida para a mais recente foto do feed do Instagram, certo?
E parece que já estamos a ouvir os portugueses a hiperventilar por estarem a perder mais um foco para onde apontar os telemóveis. Calma, o ramen chegou até nós.
Não que seja uma novidade. O Bonsai já o faz há décadas, o Ajitama prepara-o para um grupo restrito e, perto da Alameda, o Kokoro enche todas as noites e não é só pelo número limitado de lugares.
Mas agora é a vez de o Chiado receber este caldo capaz de fazer esquecer que lá fora estão mais de trinta graus. O Afuri abriu esta semana e apresenta-se como um restaurante japonês que vai muito além do sushi. Prova disso é uma carta que, de tão extensa, vai das saladas aos grelhados, passando pelos niguiris e, claro, pelo ramen.

Comecemos então pela estrela da casa, sempre servida numa redução feita de frango, moluscos, algas secas e legumes. O best-seller é o Yuzu Shoyo, um ramen feito com caldo de galinha, rebentos de bambu, ovo
temperado, carne de porco chashu, endívia e alga noori (14€). Os mais aventureiros podem lançar-se ao Yuzu Ratan, semelhante ao anterior mas com soja picante (15€) e os vegetarianos também têm opção: o Truffl Miso, feito com feijão preto, chá verde, cogumelos sazonais, óleo de trufas, cebolinha e rebentos de feijão (15€).
Nos grelhados, as opções vão desde Gindara Saikyo Yaki, ou para nós, comuns portugueses e mortais, bacalhau preto marinado em miso e vegetais (20€). Há também costeletinha de porco preparada em lume brando durante 10 horas, favas picantes miso, molho yakiniku, salada de verduras sazonais (12€) e espetos de legumes sazonais, molho de yakitori vegan, pimento shishito, beringela com gengibre, cogumelo shiitake e couve-flor cozida (10€).
E apesar de não ser um restaurante de sushi, também o há e com fartura. Há nigiris e sashimi de toro, salmão, carapau, ovas de salmão, cavala e até enguia. Nos sushi rolls há opções como o Spicy Tua Maki que junta oito peças de atum, cebolinho, alioli picante, pepino, espargos e daikon (9€) ou o Salmon Mki com oito peças de salmão, abacate e pepino (8€)
E é já com o estômago bem composto que avançamos até à carta de bebidas, essa sim, uma grande surpresa tendo em conta a oferta limitada dos restaurantes japoneses nesta matéria. Há espumantes, champanhes, vinhos, cervejas, cocktails e até whiskeys japoneses. Melhor de tudo, há até provas de saké, que custam entre 18€ e 22€ e permitem provar três variedades. Quando se decidir por um preferido, pode pedi-lo em copo, garrafa ou decantador.
O Afuri está aberto todos os dias, para almoços e jantares, ou apenas para um copo (ou vários, tendo em conta a lista).