A MAGG esteve no The Lodge Hotel para conhecer a nova carta para a primavera/verão do restaurante Dona Maria, focado em gastronomia tradicional portuguesa reinventada. O hotel de cinco estrelas em Vila Nova de Gaia foi inaugurado em 2020, numa altura em que integrava a DouroAzul, a companhia de cruzeiros do empresário Mário Ferreira.
Situado no distrito do vinho do Porto, este hotel está muito ligado aos barcos e à viticultura. O design coube ao Atelier Nini Andrade Silva, que quis trazer o Douro para dentro do The Lodge, com recurso a materiais como cortiça e decoração azul escura a puxar a cor da uva, bem como dourada, a simular vinho entornado.
Frequentado maioritariamente por portugueses, espanhóis, ingleses e norte-americanos, o The Lodge Hotel chega a dar a sensação de um boutique hotel, mesmo não o sendo. Com André Borges como diretor-geral, tem um bar junto à receção (que chega a funcionar até à uma da manhã) e um restaurante, o Dona Maria, no terceiro andar.
É lá que são servidos os pequenos-almoços (das 7 às 10h30) e os jantares (a partir das 19h30). Não é preciso estar hospedado no The Lodge Hotel para poder provar a comida confecionada pelo chef João Vieira — e, aos fins de semana, pode fazê-lo enquanto assiste a atuações ao vivo de DJ's. Em breve, o restaurante do hotel servirá brunch aos domingos.
Com capacidade para 120 pessoas no interior e outras 60 na esplanada, o Dona Maria tem expostos cerca de 300 vinhos portugueses. Os pratos consistem maioritariamente em comida típica portuguesa de conforto e são uma tentativa do chef de recriar memórias de infância, com um toque próprio.
Durante o buffet do pequeno-almoço há opções como pão, donuts, bolas de Berlim, pastéis de nata e outros bolos, folhados, croissants, queijo, presunto, enchidos, salmão fumado, ovos mexidos, bacon, salsichas, iogurte, chia, cereais e fruta.
Ao jantar a diversidade é maior. A nova carta de primavera/verão entrou em vigor em março e está dividida em secções como "couvert", "sopas", "petiscos", "entradas", "saladas", "pastas e risottos", "arroz no tacho e tabuleiro", "da costa ao mar", "da montanha ao campo" e "o que é doce nunca amargou".
Os funcionários da sala recomendam os arrozes e risottos cremosos, assim como o carpaccio de vieira com tártaro de frutas tropicais e vinagrete de manga (16€), que "tem as melhores críticas" e que foi um dos nossos pratos favoritos, por se tratar de uma experiência fresca e com sabor a um mar tropical.
Também provámos a seleção de diferentes tipos de pão e azeite (3€), o aveludado de espargos com ostras (16€) e os croquetes de leitão com salada asiática e maionese de lima (18€), que também têm muita saída. Outro prato que nos conquistou foi o risotto de sapateira, gambas, açafrão e lima (26€).
Não repetíamos o peito de pato róti lacado com mel, maçã assada em vinho Porto, algas wakame e laranja (38€), mas o mesmo não se pode dizer acerca do bolo mousse chocolate negro de Timor-Leste, sorvete de tangerina e telhas de pinhões (14€), como quem diz "o paraíso para os amantes de chocolate".
Ainda assim, a interpretação do restaurante de um pastel de nata, com gelado de canela e molho de caramelo salgado (11€), é a sobremesa mais procurada (e nós entendemos porquê). As refeições concebidas pelo chef João Vieira decorrem ao som de música portuguesa.
Para acompanhar tudo isto, bebemos um Douro Sunset, com Porto branco, rum, aperitivo e maracujá (12€), bem doce, e um Dona Maria, com vinho branco, licor de flor de sabugueiro, vodka, sumo de limão, puré de maçã, açúcar de cana, cravinho, uvas, clara de ovo e manjericão (14€).
"Pego em pratos emblemáticos da zona ou da região, que as pessoas identificam ao virem ao Norte, e dou-lhes a minha interpretação", justifica o chef, usando como exemplo a sopa cremosa de tomate coração de boi assado com francesinha (12€) e a sobremesa barrica de touriga nacional com notas de ameixa e cassis (16€).
Entram na carta novidades como a empada de perdiz de Vila Nova de Foz Côa com salada de erva-benta e lavanda (18€), o lírio dos Açores com citrinos, abóbora confitada, funcho, gengibre e alecrim (16€), o arroz malandrinho de tamboril e gambas (32€) e o coelho à caçador albardo com couve e nozes, servido com arroz de miúdos e vinho tinto (26€).
Também a pescada à Poveira (29€) é uma estreia, assim como o lombo de porco preto corado com vieiras e esparregado de nabiças com sabores alentejanos (32€) e a sobremesa floral, com aromas de jasmim, lavanda, sardinheira e suspiros de verão (14€), "ideal para quem gosta de chás", assim como nos explicaram no restaurante.
*A MAGG esteve no The Lodge Hotel a convite da unidade hoteleira.