É bem provável que o nome Tiki não lhe seja estranho. O Tubo Tiki Bar era uma carrinha pão de forma instalada na Rua da Misericórdia, na Ericeira, que com a pandemia acabou por encerrar, definitivamente, mas não desapareceu por completo. A pão de forma ainda existe e ainda serve bebidas, mas é apenas um dos pontos dentro do novo Tiki Healthy Food Cave, que abriu portas a 8 de agosto. Esqueça o álcool (só escapa uma cerveja artesanal), porque aqui tudo é o mais saudável possível — no sentido amplo do termo.
O que se serve no Tiki não são só tostas de abacate e smoothie bowls, são pratos que combinam ingredientes da época, de produtores nacionais, e confecionados de forma sustentável. "O mais saudável possível significa que não temos tantos alimentos processados e são mais da terra, do local. Ou seja, não vamos ter uma ementa no inverno igual à do verão, porque as estações são diferentes. Não haverá morangos, por exemplo", explica à MAGG Dulce Santos, que gere o Tiki com o marido Fernando.
A ementa tem várias propostas tentadoras, sendo que há uma que entusiasma particularmente Dulce: as panquecas vegan. "São excecionais, adoro as panquecas", diz Dulce entusiasmada, entre risos. A responsável do espaço dá-lhes destaque pelo facto de serem "feitas com farinha de aveia, manteiga vegan e banana" — e é que além de vegan estão aptas para celíacos, dado que não têm glúten. Pode escolher entre a de requeijão e compota de frutos vermelhos caseira (6,50€) e a panqueca choco nuts, com chantilly de soja, agave ou mel (6,50€).
A bowl tiki tide rice, com arroz integral, manga, pickles de cebola e molho de miso e soja (11€) também faz furor, bem como as tostas. São feitas com pão artesanal cozido a forno de lenha num produtor local, a base de um dos best-sellers do Tiki: a tosta de abacate, com ovo e molho de caju (8,40€). Seja o molho desta tosta, as compotas ou a nutella saudável, é tudo feito no Tiki — máxima que Dulce tenta levar para quase tudo o que apresenta na ementa.
O único açúcar que entra no novo espaço da Ericeira é agave e o açúcar amarelo, e nas bebidas e smoothies não é usado leite de vaca — são todos vegetais.
É o caso da smoothie bowl monkey magic (uma das que faz sucesso no Tiki), composta por leite de coco, banana, manteiga de amendoim, cacau, fruta, chia e granola (7,95€) — granola essa que é da marca portuguesa Eattitude e sem glúten — e smoothie colorido beat beet, com beterraba, maçã, cenoura, laranja, gengibre e bebida vegetal (3,50€).
Ainda nas bebidas, há umas especiais: os mocktails de kombucha (6,50€), feitos com as famosas kombuchas (bebida fermentada por leveduras e bactérias com benefícios para a flora intestinal). Pode escolher entre a de melancia, hortelã e kombuncha de frutos silvestres; a de sumo de laranja, funcho e kombucha de gengibre; ou de limonada, manjericão e kombucha de gengibre.
Apesar de ficar perto do mar e ter bowls frescas para o verão, o Tiki é também o spot perfeito para nutrir o corpo no inverno com pratos saudáveis no seu todo, não só porque são usados produtos da época, como pelo facto de existirem bebidas bem quentinhas para aconchegar. Conte com a spirulate, feita com spirulina azul (4,50€), a choco late, com uma mistura preparada no próprio Tiki (3,50€), e um normal cappuccino para quem não é de modas (3€).
No fundo, Tiki é um regresso ao antigamente "em que plantava-se, comia-se e não tínhamos os supermercados em que é tudo processado e industrializado", o que se reflete na ementa e na própria decoração do espaço. O nome Tiki está associado à cultura polinésia e aos deuses Tiki, que representam sabedoria, bravura e força. São hoje em dia cara de várias esculturas e móveis de madeira que servem de amuleto de proteção com que podemos andar, decorar a casa ou espaços. Neste caso, é o restaurante Tiki que está protegido por um dos deuses da mitologia da ilha da Oceânia logo à entrada.