No restaurante vegan de comida tradicional portuguesa A Minha Avó, situado em Lisboa, há uma mistura do conforto de pratos típicos com inovação. O projeto começou em 2022, apenas em regime de delivery, fruto da amizade de longa data entre Pedro Mourarias e Gustavo Grilo. O espaço físico surgiu no verão de 2023, sempre com o propósito de que “qualquer pessoa possa comer, sem sentir nenhuma estranheza”, revelou Gustavo Grilo, à MAGG.
O nome do espaço espelha o conforto e os sabores portugueses. No menu pode encontrar pratos como o bitoque com “ovo” (14,90€) e o “bacalhau” com natas (12,90€). No entanto, o menu de degustação foge àquilo que é o registo normal do A Minha Avó, e traz pratos fora do comum.
Fruto de um trabalho de “bastante pesquisa e testes”, surgiu, pelo segundo ano consecutivo, o menu de degustação exclusivo para o dia do amor. “O maior desafio é ver algo que me agrade aos olhos e tentar veganizá-lo”, explicou-nos a chef Carina Monteiro. E será que nos agradou para além dos olhos?
O menu está dividido em cinco momentos: as entradas, primeiro encontro e cumplicidade, os pratos principais, primeiro beijo e juras de amor, e a sobremesa, para sempre.
Para começar, foie gras, à base de cajus e cogumelos, gel de ameixa e focaccia caseira. E começa logo em beleza, o doce do gel de ameixa equilibra na perfeição o sabor mais intenso e salgado do foie gras, perfeitos para barrar na focaccia que, apesar de um pouco gordurosa, estava deliciosa.
Já com o estômago quente, vem a segunda entrada, que mais parece um prato principal de tão bem servida. Fãs de espetadas de porco, atenção, vão querer experimentar esta iguaria. Shoarma de pleurotus, beringela em três texturas, limão grelhado, emulsão de pimento, pickles e malagueta. O sabor a fumado é a estrela deste prato, que a par da textura dos cogumelos, faz mesmo lembrar uma espetada de carne. E, spoiler, este foi o prato preferido.
No que diz respeito aos pratos principais, começamos com massa caramelle caseira, “queijo” creme fermentado, cogumelos e molho de natas aveludado. Este prato tem um sabor mais suave e adocicado, que contrasta com o anterior. Têm a certeza de que isto não tem mesmo nenhum produto de origem animal? É que o “queijo” do recheio das massas sabe mesmo a queijo.
Passamos de um prato principal mais suave para um com um sabor mais complexo e ácido, mas que sabe a comida de conforto, muito por causa do sabor a enchidos (de origem vegetal, claro). Pithivier, jaca, mousseline de batata, gel de pera e maçã, vegetais salteados e jus de cebola, no fundo, é uma espécie de tarte recheada. Apesar dos sabores mais intensos, uma vez mais, está bem equilibrado com os sabores mais doces do gel de pera e maçã e até mesmo com o sabor mais neutro do mousseline de batata.
Depois de todos estes pratos, que comemos sem deixar migalhas, não há muito a dizer relativamente à sobremesa. A degustação termina com um souflé de chocolate com gelado de nata caseiro, que estava divinal. É doce, mas sem ser enjoativo.
Pode deliciar-se com este menu, em exclusivo, no dia 14 de fevereiro. A degustação tem o valor de 45€ por pessoa, sem bebidas, e tem mesmo de fazer reserva. O jantar estará dividido em dois turnos, um às 19h e outro às 21h15.
