Vamos já arrumar o único defeito que encontrámos no novo Água pela Barba, o segundo espaço da marca, que abriu recentemente em Campo de Ourique, Lisboa. No dia em que visitámos o novo restaurante do empresário João Alves (sim, o namorado da atriz Cláudia Vieira), estava um calor terrível. Não ficámos na esplanada e, dentro do restaurante, a temperatura estava, digamos assim, pouco refrescante.
Tirando esse pequeno pormenor (que queremos acreditar que foi temporário), não temos nada a apontar. Apesar de a abertura ter sido há poucos dias e de o serviço ainda não estar 100% afinado, temos de elogiar algo que não se vê todos os dias: o patrão que arregaça as mangas e que, em vez de estar apenas a dar ordens, vai para o terreno e mete as mãos na massa. Neste caso, não literalmente, porque não há massa no Água pela Barba, mas foi muito bom ver João Alves levantar e por mesas, atender pedidos e fazer o mesmo trabalho que os funcionários estavam a executar. Liderar pelo exemplo.
Mas falemos de comida, que foi por causa disso que viemos até ao Água pela Barba. Aqui, a prioridade é peixe e marisco e, por isso mesmo, fizemos escolhas consonantes. Começámos pelos baos de sapateira (14€), que estavam deliciosos e crocantes por fora, e adocicados por dentro. Gostávamos que tivessem um bocadinho mais de sapateira mas, mesmo assim, execução perfeita do bao.
O tártaro de polvo com tapioca (11€) foi a grande surpresa desta visita. O polvo tenro, combinado com as bolinhas gelatinosas da tapioca, o tempero agridoce, e o complemento das chips de batata doce fazem desta entrada não só uma forte candidata a prato principal como também o motivo do nosso regresso ao Água pela Barba.
Falemos da Malandra da Quinoa (17€). Gostam de filetes de pescada com arroz de tomate malandrinho? Nós adoramos. Aqui, em vez de arroz, temos quinoa. É melhor do que um bom arroz? É igualmente boa, surpreendentemente cremosa, cozinhada no ponto. E os filetes? Estes, em vez de ser espalmados, são mais redondos, incrivelmente estaladiços e bem temperados. Comíamos todos os dias.
Ainda provámos o risotto de lingueirão (23€), que nos surpreendeu não só pela cremosidade, mas também pela acidez, que serviu de equilíbrio à intensidade do queijo. Talvez o lingueirão pudesse estar um bocadinho menos cozinhado. Mas, ainda assim, muito bom.
Terminámos só com mousse de chocolate (3€), que estava exatamente como uma mousse caseira deve estar (cremosa, ligeiramente espumosa e não demasiado doce), mas já estamos de olho no tiramisù para a próxima visita.
Veja o que comemos
* a MAGG visitou o restaurante a convite do Água pela Barba