Quando a imagem transita do negro inicial para a cor vibrante da paisagem que compõe o plano, uma voz evidencia alguns dados: desde a revolução industrial, emitimos mais de 1.4 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, num exercício que mudou "para sempre a vida na Terra" e, especialmente, "a vida no Ártico".
É assim que arranca "Ice on Fire", o documentário disponível na HBO que conta com a produção e a supervisão do ator Leonardo DiCaprio. A ideia passa por trazer ao debate público o que estamos a fazer de errado, mas sempre com a premissa de que, se agirmos o quanto antes, é possível fazer a mudança e reverter o paradigma atual.
A redução das emissões de carbono, por exemplo, é uma das das medidas que, segundo um dos intervenientes da produção, não obriga ao uso de tecnologias avançadas. Mas é importante que se comece já.
No Dia da Terra, assinalado esta quinta-feira, 22 de abril, mostramos-lhe alguns dos documentários que pode ver no streaming. Selecionámos quatro.
"O Nosso Planeta" (Netflix)
Mais uma produção narrada por David Attenborough. Esta, disponível na Netflix, transporta o espectador para uma viagem sem precedentes pela história da Terra e pelo verdadeiro impacto que as alterações climáticas tiveram — e estão a ter — ao longo do tempo.
Ao longo de oito episódios, o documentário foca-se nas florestas, nos oceanos, nos desertos. Enfim, no planeta. A mensagem principal? A de sempre: é preciso agir se querermos preservar aquela que é a nossa casa.
"Ice on Fire" (HBO)
Foi a pensar na solução para as alterações climáticas que Leonardo DiCaprio decidiu produzir mais um documentário ambiental. "Ice on Fire", narrado e produzido pelo ator norte-americano, pretende mostrar que é possível reverter a situação.
Durante a edição do Festival de Cannes, em 2019, o ator reforçou que "a mudança climática pode ser revertida se agirmos agora". Por isso, a produção apresenta algumas soluções como a redução da emissão de dióxido de carbono — que não precisa de tecnologias avançadas.
"Não precisamos de tecnologia avançada, a natureza tem algas e crustáceos que captam cinco vezes mais carbono do que as plantas terrestres", explica um dos intervenientes no documentário. É o caso da alga kelp que, além disso, também pode ser utilizada para a confeção de alimentos ou enquanto fertilizante.
"Seaspiracy" (Netflix)
O salmão de viveiro que compramos no supermercado é alimentado com corantes químicos para ter a cor rosada a que estamos habituados quando, na verdade, deveria ser mais acinzentada e, em pleno século XXI, os barcos de pesca recorrem a trabalho escravo.
Estas são apenas algumas das revelações mais importantes do novo documentário da Netflix que, durante várias semanas, permaneceu na lista dos conteúdos mais vistos da plataforma em Portugal.
Além de contar com os mesmos produtores de "Cowspiracy", este foca-se em questões como a destruição de habitats e de como os oceanos, que geram cerca de 85% do oxigénio no planeta, estão em risco devido à prática da pesca insunstentável.
"Cowspiracy" (Netflix)
É quase um clássico no que diz respeito aos documentários sobre a vida (ou o fim da mesma) animal e foi também dos primeiros (2014).
Não vamos mentir. As imagens são chocantes, mas mostram a realidade ao evidenciar como a indústria está a acabar com os recurso do planeta. Ao longo da produção, as imagens vão sendo intercaladas com apresentação de dados relevantes: como quanta água potável é necessária para os efeitos da indústria agropecuária e qual o seu impacto na destruição das florestas.