Se os relatos de Britney Spear sobre o aborto que sofreu no chão da casa de banho, enquanto Justin Timberlake tocava guitarra, os tempos em que esteve sob a tutela do pai e a relação tóxica com Kevin Federline foram chocantes de ler no livro autobiográfico da cantora, "A Mulher que Há em Mim", prepare-se: a obra vai ser adaptada para cinema.
A novidade foi avançada esta quinta-feira, 1 de agosto. De acordo com a "Variety", foi a Universal Pictures que ficou com os direitos do best-seller da artista. O plano destes estúdios passa por fazer uma longa-metragem, que vai ficar a cargo do realizador Jon M. Chu, que está a cargo de "Wicked", a adaptação para cinema do musical homónimo, que tem data de estreia marcada para 22 de novembro, e o produtor Marc Platt.
O acordo para a adaptação cinematográfica do livro, que até agora teve mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos, está na ordem dos oito dígitos (acima de 10 milhões de dólares). Este inclui o acesso aos direitos aos êxitos da artista – e ainda não há data para a produção começar.
A Universal ganhou os direitos do livro num leilão altamente competitivo, que foi disputado com as produtoras de Shonda Rhimes, Brad Pitt e Margot Robbie, assim como os estúdios Sony, Warner Brothers, Fox, Disney e Netflix. Esta será uma adição ao repertório da Universal, que tem um histórico de sucesso com biografias musicais, como "Straight Outta Compton", de 2015, que incidiu sobre a vida do grupo N.W.A.
A par disto, a Universal está a desenvolver um filme biográfico de Snoop Dogg e outro inspirado na música de Prince, produzido pela Proximity Media de Ryan Coogler. Recentemente, o estúdio terminou também a produção de um projeto de Pharrell Williams e Michel Gondry, inspirado no bairro de infância destes conhecidos artistas.
"A Mulher que Há em Mim" chegou às livrarias portuguesas a 24 de outubro de 2023. O livro de memórias da cantora assinalou a primeira vez, em mais de 10 anos, que a pop star falou sobre a sua vida, livre das amarras da tutela do pai, sob a qual esteve até 2021.
Em 2008, Jamie Spears tornou-se o tutor legal da filha, por decisão do tribunal, fazendo com que tivesse controlo total sobre a carreira da cantora, bem como sobre quaisquer negociações comerciais que pudessem surgir ou entrevistas que fossem pedidas pelos vários órgãos de comunicação social.
A tutela surgiu na sequência de uma lei lançada nesse mesmo ano, que considerava que a cantora seria incapaz de cuidar de si própria, depois de vários anos a lutar com doenças do foro mental. Em novembro de 2021, depois de o caso ter começado a ser julgado em junho do mesmo ano, a juíza Brenda Penny, do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, tomou a decisão de acabar com a tutela que dava a Jamie Spears plenos poderes para decidir sobre todos os aspetos da vida da filha.