Do céu ao inferno. Parece ser justamente isso que está a acontecer com a muito antecipada sequela de "Joker", "Joker: Loucura a Dois", que depois de estrear no Festival de Veneza esta quarta-feira, 4 de setembro, e de receber uma ovação em pé de 11 minutos, está a ser arrasada pela crítica especializada.

O filme, que marca o regresso de Joaquin Phoenix à personagem do vilão Joker, que é também o atormentado Arthur Fleck, está a ser descrito como vazio, aborrecido e desnecessário. Realizado por  Todd Phillips, a produção conta também com Lady Gaga, que interpreta Lee Quinzel, o interesse romântico de Joker, que é também a versão de Harley Quinn de Phillips.

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A "Variety" foi um dos orgãos de comunicação social especializados que criticou a produção. Um filme que "não deixa o Joker ser Joker o suficiente", pode ler-se na crítica, que salienta que em duas horas e 18 minutos de filme, o enredo pode facilmente ser resumido como: "Arthur está desterrado em Arkham. Conhece Lee, que se dedica completamente a ele. Vai a julgamento, e começa o debate de 'tem dupla personalidade ou é apenas um criminoso'. Chega-se a um veredicto. Explode uma bomba. O fim".

A mesma publicação refere ainda que o que desilude no filme "é que nos faz sentir pouco do que pretende". "Existem muitas cenas com o Arthur vestido como Joker, a defender-se no tribunal, a cantar uma ou outra canção, em vários números musicais que poderiam estar a acontecer na sua cabeça (...) Às vezes ambiciosa e superficialmente atrevida, mas uma sequela demasiado cautelosa", pode ler-se.

O "The Hollywood Reporter", que também criticou o filme de forma semelhante, salientando que a "sequela desigual" acaba por "neutralizar" o primeiro "Joker", acaba por guardar elogios para o desempenho "hipnótico" de Joaquin Phoenix, bem como para a "fascinante e electrizante presença" de Lady Gaga.

Mas parece que o desempenho da dupla de protagonistas não é suficiente para salvar o filme. "Uma sequela surpreendentemente aborrecida, um filme sem sentido que parece desprezar a sua audiência", escreve a "Vanity Fair". "A sequela faz o dedo do meio a qualquer pessoa que estava à espera de algo com sentido nesta saga", acrescentam.

"Desapontante e muito pouco divertida", descreve a crítica da BBC, que também tece duros golpes ao facto de praticamente toda a ação do filme se desenrolar em apenas dois cenários: o asilo de Arkham e o tribunal, não existindo muito tempo e ecrã dedicado a Gotham, a um confronto com Batman, o eterno oponente de Joker, ou sequer espaço para ver Joker a ser o que realmente é — um vilão original e criativo.

Com estreia em Portugal a 3 de outubro, "Joker: Loucura a Dois" já está classificado no Rotten Tomatoes (site de avaliação de filmes e séries) com 60% no Tomatometer, que tem em conta a crítica. No entanto, pode haver esperança para esta sequela, dado que o primeiro filme de 2019, "Joker", tem uma avaliação pouco diferente (69%), mas foi um incrível sucesso de bilheteira e junto do público — e, aos dias de hoje, tem uma avaliação de 90% no Popcornmeter, outro método de avaliação da mesma plataforma que tem em conta o público em geral.