As coisas estão cada vez mais complicadas para o governador do estado norte-americano da Geórgia. Depois de a Netflix ter revelado que iria "repensar o investimento" naquele estado se a lei contra o aborto entrar em vigor, agora foi a vez de outro gigante da televisão se pronunciar sobre o assunto.
O governador da Geórgia, Brian Kemp, aprovou, a 7 de maio, um projeto-lei que proíbe o aborto assim que forem detetados batimentos cardíacos no feto. A decisão tem dividido as opiniões, principalmente no mundo cinematográfico.
Se até esta esta terça-feira, 28 de maio, apenas a Netflix se tinha manifestado acerca desta lei — ao contrário de outras grandes empresas como a Fox ou a Sony Pictures Entretainment — agora foi a vez da Walt Disney se manifestar.
Em declarações à agência Reuters, o presidente-executivo da empresa norte-americana, Robert Iger, afirmou que se a lei entrar em vigor "será muito difícil" e "pouco prático" continuar a produzir conteúdos na Geórgia. Até agora estão apenas a observar a situação.
"Acho que muitas pessoas que trabalham connosco não vão querer trabalhar lá e teremos que atender aos seus desejos nesse sentido. Neste momento estamos a observar a situação com muito cuidado", afirmou Robert Iger.
Não se sabe se a gigante da televisão vai continuar a gravar naquele estado norte-americano, à semelhança do que vai fazer a Netflix, enquanto a lei não entrar em vigor. Conforme indicou a revista "Variety", as grandes empresas estão confiantes de que a Motion Picture Association of America consiga derrubar a lei em tribunal.
Ainda segundo a agência de notícias, a Geórgia, que recebeu cerca de 455 produções no ano passado, é um dos oito estados a aprovar esta lei que deve entrar em vigor a 1 de janeiro do próximo ano.