Este domingo, 4 de março, o Teatro Dolby, em Los Angeles, volta a ser ocupado por grandes estrelas do cinema na 90.ª edição dos Óscares. Na categoria de Melhor Filme concorrem nove filmes — "A Forma da Água", de Guillermo del Toro, lidera com 13 nomeações, mas o grande vencedor nos Globos de Ouro foi "Três Cartazes à Beira da Estrada".
Não vamos entrar em apostas sobre o filme que vai sair vencedor este domingo — nem conseguiríamos, a redação da MAGG divide-se entre "Três Cartazes à Beira da Estrada" e "Dunkirk". Em vez disso, escolhemos os seis filmes que dão as melhores viagens. Em "Chama-me Pelo Teu Nome", Crema foi a cidade escolhida para rodar grande parte das cenas. A 40 quilómetros de Milão, é muito especial para o realizador do filme, Luca Guadagnino, que viveu ali perto durante toda a sua infância.
Já a vila piscatória de Robin Hood's Bay, em North Yorkshire, no Reino Unido, não tem nenhuma ligação ao realizador de "Linha Fantasma", Paul Thomas Anderson. No entanto, foi o seu emblemático hotel que foi escolhido para filmar muitas das cenas daquele que pode ser o último trabalho de Daniel Day-Lewis — o ator de 60 anos já anunciou que se vai reformar. O próprio staff do hotel entrou em alguns cenas.
Conheça 6 viagens que pode fazer inspiradas nos nomeados para Melhor Filme nos Óscares 2018.
“Chama-me Pelo Teu Nome”, norte de Itália
A história do filme
No verão de 1983, Elio (Timothée Chalamet) tem 17 anos e vive com a família numa mansão em Itália. Quando o pai convida Oliver (Armie Hammer), um norte-americano com 24 anos, a passar uma temporada lá em casa, para ser seu assistente num projeto, o jovem e o adolescente desenvolvem uma relação que vai além da amizade.
O destino
Segundo os créditos iniciais de “Chama-me Pelo Teu Nome”, a história passa-se “alguns no norte de Itália”. A maior parte da trama desenrola-se na mansão do século XVII, e em particular nos dois hectares de jardim e pessegueiros que rodeiam a casa. Essa não pode visitar (está fechada ao público), mas podemos sugerir-lhe Crema, uma das principais localizações italianas utilizadas para rodar o filme. A 40 quilómetros de Milão, esta cidade tem um significado especial para o realizador, Luca Guadagnino, uma vez que o cineasta viveu ali perto.
O que fazer por lá
Passear pela cidade com pouco mais de 30 mil habitantes é fazer uma viagem pelo próprio filme. Há vários prédios e praças que serviram de cenário a “Chama-me Pelo Teu Nome”. Vale a pena espreitar a "inception" feita pelo estudante francês Zineb Bayad, que viajou até Crema à procura das localizações do filme.
Passeie pela Piazza Duomo, onde Elio e Oliver fazem uma pausa no passeio de bicicleta, e viste Crema Cathedral, Piazza Trento e Trieste e Terni Bondenti Palace. Se tiver oportunidade faça a viagem até Laghetto dei Riflessi, a pouco mais de seis quilómetros do centro da cidade, onde os protagonistas foram nadar depois de dançar ao som de "Love My Way", dos The Psychedelic Furs.
A nossa sugestão para dormir
A nossa sugestão de alojamento vai para o B&B San Clemente, que tem 9,8 em 10 na Booking. Situado em pleno centro histórico da cidade, tem quartos imponentes, com uma decoração clássica mas moderna. Há um terraço com vista panorâmica para a cidade, lareiras e áreas de estar pela casa, e o pequeno-almoço é servido todas as manhãs no interior e exterior. Preços a partir de 120€ por noite.
Como chegar lá
Milão fica muito perto de Crema, por isso é por aqui que deve começar. Para as datas de 24 a 26 de março, há voos a partir de 176€ pela eDreams. De seguida, deve apanhar um comboio em direção a Crema. Os bilhetes custam 6€ e a viagem dura 1h07.
"A Hora Mais Negra", Londres
A história do filme
Nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial, o destino da Europa fica nas mãos no recém-eleito primeiro-ministro Winston Churchill (Gary Oldman). Num momento que pode mudar tudo, é ele quem tem de decidir se negoceia com Hitler ou se ignora as pouquíssimas probabilidades de vitória e tentar lutar contra o domínio nazi.
O destino
O filme realizado por Joe Wright desenrola-se em Londres e Yorkshire.
As localizações do filme que não pode perder
"Uma vez que a história é baseada em factos verídicos que se passaram em localizações reais, a escolha óbvia era primeiro tentar esses sítios", disse Adam Richards, responsável pela gestão dos locais utilizados em "A Hora Mais Negra", à KFTV.
"10 Downing Street, Foreign and Commonwealth Office, Her Majesty's Treasury, Palácio de Westminster, etc.. Felizmente para nós, todos eles concordaram em ajudar na rodagem do filme."
Pode começar então por passar à porta de 10 Downing Street, a residência oficial e escritório do primeiro-ministro — e possivelmente a porta mais fotografada do mundo. O Foreign and Commonwealth Office, mais conhecido por Foreign Office, é outro edifício governamental, que infelizmente só abre ao público durante o evento Open House, em setembro. Se quiser ter uma experiência completa, terá que esperar, portanto.
O HM Treasury é mais um departamento governamental, responsável pelas finanças e política económica de Londres. Entrar lá dentro não é uma opção, mas mesmo ali ao lado fica o Churchill Museum e Cabinet War Rooms. Uma visita indispensável para quem quer fazer uma visita inspirada no filme, o museu é inteiramente dedicado à vida de Winston Churchill. O ambiente é único, uma vez que o espaço fica nas salas usadas pelo gabinete de guerra comandado pelo político durante a Segunda Guerra Mundial.
Por fim, o Palácio de Westminster. Durante a semana é possível acompanhar os debates da casa, aos sábados e durante o verão há tours guiadas (29€).
A nossa sugestão para dormir
Para não fugir à temática, recomendamos-lhe o Hotel Hyatt Regency, um hotel de cinco estrelas que foi construído em homenagem a Churchill. Com apontamentos sobre a sua vida e legado, o espaço tem 440 quartos e Suites elegantes, um restaurante e um bar no terraço. Preços a partir de 252€ por noite.
Como chegar lá
Está tudo à distância de uma viagem de avião. Para as datas de 30 de março a 1 de abril, a easyJet tem voos de ida e volta a 195€.
"Lady Bird: É Hora de Voar", Sacramento
A história do filme
"Lady Bird: É Hora de Voar" conta-nos a história de Christine McPherson (Saoirse Ronan), uma rapariga que está no último ano do secundário e mal pode esperar para sair de Sacramento, na Califórnia. A mãe não gosta muito da ideia, mas Lady Bird é de ideias fixas — e não vai deixar que ninguém se meta no seu caminho. Enquanto não chega a hora de partir, ela divide o seu tempo entre as obrigações estudantis num colégio católico, o primeiro namoro e muitos desentendimentos com a mãe.
O destino
Grande parte do filme foi rodado em Sacramento, a capital do estado norte-americano da Califórnia. Foi aqui que nasceu a argumentista e realizadora do filme, Greta Gerwig.
As localizações do filme que não pode perder
A casa azul de que Lady Bird tanto gosta existe mesmo. Fica no bloco 1200 da 44th Street, na zona este de Sacramento. Em 410 El Camino fica Thrift Town, o espaço comercial preferido de Lady Bird. É nesta loja que ela compra os vestidos para o Dia de Ação de Graças e Baile de Finalistas. Outro local a não perder é, claro, a Tower Bridge, que aparece múltiplas vezes no filme e é o monumento mais emblemático da cidade.
Há mais. Na 2331 North N Street há uma loja onde a protagonista do filme faz algumas compras "adultas" no seu 18.º aniversário. Mesmo ao lado há um grande mural na parede, que foi pintado em 2007 e é um dos mais coloridos de Sacramento. Por fim, vale a pena passar também pelo McKinley Rose Garden, na 3255 H Street. Com mais de 1.200 rosas, é o maior jardim com roseiras da cidade. É aqui que Danny (Lucas Hedges) e Lady Bird confessam ter sentimentos um pelo outro.
A nossa sugestão para dormir
Não sendo possível dormir na casa azul, a nossa sugestão para a mais recente novidade em Sacramento: Kimpton Sawyer Hotel. Em plena baixa da cidade, este hotel com 250 quartos e 35 suites tem uma piscina no rooftop e uma vista incrível sobre a cidade. Os preços começam nos 249,27€ por noite.
Como chegar lá
Para as datas de 30 de março a 4 de abril, há voos com saída de Lisboa para Sacramento a 1.043,44€. O preço inclui a viagem de ida e volta com a Air France. Cada trajeto dura em média 20 horas, com duas escalas pelo meio.
"The Post", Nova Iorque
A história do filme
Em 1971, Kay Graham (Meryl Streep) e Ben Bradlee (Tom Hanks) arriscam as suas carreiras e liberdade quando decidem expor mais de três décadas de segredos governamentais. Ela é a proprietária do jornal "The Washington Post", que está prestes a entrar na bolsa, ele é um diretor determinado que mal pode esperar para lançar uma notícia que marque a atualidade e supere a concorrência.
O destino
O filme realizado por Steven Spielberg desenrola-se em Washington. No entanto, a maior parte das filmagens foram feitas em Nova Iorque.
As localizações do filme que não pode perder
Começamos pela redação do "The Washington Post", que foi "criada" num local bastante familiar para quem vive em Nova Iorque. Falamos da antiga sede da empresa de telecomunicações AT&T na Hamilton Avenue, em White Plains, que está neste momento a ser transformada num edifício residencial e comercial. A rodagem do filme ocupou três salas do prédio que remonta à década de 50. Visitá-lo só por fora, mas vale a pena.
Há mais. Descubra o The General Society of Mechanics and Tradesmen of the City of New York, que também aparece no filme, assim como a Low Memorial Library, na Universidade de Colombia. Outras cenas emblemáticas de "The Post" foram rodadas pela cidade. É o caso da East J. Conroy Drive, onde Ben Bagdikian (Bob Odenkirk) gravou a cena na cabine telefónica pública.
A nossa sugestão para dormir
O Hotel 50 Bowery fica em Chinatown e tem quartos equipados com cama de casal, secretária e chuveiros que imitam a queda de chuva. Pelo espaço de quatro estrelas há trabalhos artísticos originais, um restaurante e um rooftop com uma vista privilegiada para a cidade. Os preços começam nos 209€ por noite.
Como chegar lá
Para as datas de 30 de março a 5 de abril, há voos de ida e volta por 456,07€. O voo de ida é feito com a British Airways e o de volta com a American Airlines. A viagem duram em média 13 horas, com uma escala.
"Linha Fantasma", North Yorkshire (Reino Unido)
A história do filme
Na década de 50, Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um conhecido estilista que trabalha para os grandes nomes da realeza e da elite britânica. A sua inspiração vem das mulheres que entram e saem da sua vida. É assim até aparecer Alma (Vicky Krieps), que se torna na sua musa e amante.
O destino
A maior parte da rodagem de "Linha Fantasma" aconteceu em North Yorkshire, no Reino Unido. Este pode ter sido o último trabalho de Daniel Day-Lewis — o ator de 60 anos já anunciou que vai reformar-se.
As localizações do filme que não pode perder
Uma das grandes estrelas de "Linha Fantasma" é o Victoria Hotel, um espaço emblemático na pequena vila piscatória de Robin Hood's Bay, a menos de dez quilómetros da cidade Whitby. A história desta unidade vitoriana remonta a 1897, altura em que recebeu os primeiros hóspedes. Alguns membros do staff do hotel aparecem como figurantes no filme.
A produção também passou por Whitby. O fotógrafo Glenn Kilpatrick, que vive na região, publicou várias imagens da rodagem do filme no seu blogue de fotografia.
A nossa sugestão para dormir
O Victoria Hotel tem quatro estrelas e tem quartos com uma decoração clássica mas elegante, alguns com varandas com vista para o mar. Também há um restaurante que serve peixe fresco todos os dias. Os preços por noite começam nos 67€.
Como chegar lá
Para começar tem de chegar a Londres. Para as datas de 30 de março a 1 de abril, a easyJet tem voos de ida e volta a 195€. De seguida, a melhor opção é apanhar um comboio até Whitby. A viagem dura cerca de cinco horas e os bilhetes custam 60€.
"Três Cartazes à Beira da Estrada", Carolina do Norte (EUA)
A história do filme
Incapaz de lidar com a incapacidade da polícia em descobrir o assassino da sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) decide chamar a atenção sobre o caso alugando três outdoors numa estrada pouco utilizada. A atitude tem consequências inesperadas e acaba por afetar várias pessoas, incluíndo a equipa de investigação do caso.
O destino
Depois de "Dança Comigo", "O Fugitivo" e "The Hunger Games: Os Jogos da Fome", a Carolina do Norte está longe de ser uma estranha para os cinéfilos. O escritor e argumentistas do filme Martin McDonagh também se rendeu ao charme da região, e rodou o filme em pequenas cidades do estado norte-americano. A principal foi Sylva, uma pequena localidade com apenas 2.500 habitantes.
As localizações do filme que não pode perder
Tal como em "Três Cartazes à Beira da Estrada", é pelo Jackson County Historic Courthouse que tudo deve começar. O espaço foi reconvertido numa biblioteca pública. Vale a pena subir os 107 degraus para chegar ao topo do edifício e apreciar a paisagem sobre a cidade e região.
Daqui pode partir à descoberta do Ebbing Police Department (na realidade é uma loja de decoração e chama-se Sassy Frass), a empresa de publicidade Red Welby (fica no segundo andar do edifício da Jackson’s General Store) e da casa do agente Dixon (Sam Rockwell). Atenção que é uma casa particular — nada de bater à porta ou tentar entrar pela janela.
A nossa sugestão para dormir
O Blue Ridge Inn tem apenas uma estrela mas é um campeão de vendas na Booking — e ostenta uma honrosa nota de 9 em 10. Os quartos têm uma decoração simpática e estão equipados com ar condicionado, microondas, frigorífico e máquina de café. Os preços por noite começam nos 98€.
Como chegar lá
Para as datas de 22 a 27 de março, há voos com saída de Lisboa para Knoxville a 984€. A viagem dura aproximadamente 17 horas. Depois, a forma mais rápida de chegar à cidade é apanhar um avião para o pequeno aeroporto de Jackson County. Os bilhetes custam 319€ e o percurso demora pouco mais de três horas.