A geração Harry Potter está hoje na casa dos 30 anos, mas continua a voltar aos livros uma, outra e outra vez. Pelo menos é nisso que acredita Jill Kolongowski, uma Hufflepuff que ensina Literatura e Escrita Criativa na Califórnia e tem como Patronus uma gata tricolor. Em "As Lições de Vida de Harry Potter", que chegou a Portugal esta segunda-feira, 2 de julho, a autora norte-americana propõe-se a fazer uma análise profunda aos sete livros de J. K. Rowling.

Jill Kolongowski ensina Literatura e Escrita Criativa na Califórnia na Califórnia. É também editora-chefe da YesYes Books. Os seus ensaios valeram-lhe o primeiro prémio no concurso anual da Sundog Lit, assim como o Prémio Diana Woods Memorial na categoria de não-ficção criativa. Os seus textos têm sido publicados em várias revistas, como Profane, Sweet e Southern Indiana Review.

"Eu li o primeiro livro quando tinha 12 anos, em 1999", conta à MAGG. "Os primeiros dois livros já tinham sido publicados, mas li o resto à medida que ia saindo, esperando ansiosamente por cada um deles."

À semelhança de muitos fãs da saga, Jill Kolongowski cresceu com os livros. E acredita que de certa forma a sua personalidade foi moldada por eles: "É como se fizessem parte do meu ADN. Quando comecei a ler os livros estava a passar da infância para a fase adulta, e o Harry Potter ajudou-me durante o processo."

A autora de 'As Lições de Vida de Harry Potter', Jill Kolongowski

A autora sente que cresceu com Harry, Ron e Hermione. E aprendeu muito com eles. É exatamente isso que tenta mostrar em "As Lições de Vida de Harry Potter", um desafio que lhe foi lançado pela Ulysses Press. "Eles tiveram a ideia e escolheram-me para o projeto. Mas sou apaixonada por Harry Potter há 20 anos, dois terços da minha vida, e sinto que inconscientemente estou a escrever este livro há muito tempo. Ler Harry Potter moldou quem eu sou hoje enquanto pessoa, e escrever este livro foi uma forma de perceber como."

'As Lições de Vida de Harry Potter' chegou a Portugal a 2 de julho pela chancela da editora Vogais. Custa 14,99€.

Da luz à escuridão, de Dumbledore a Voldemort, da coragem à cobardia, do ódio ao amor. Entre as muitas lições que Harry Potter nos trouxe está a capacidade de ir buscar força aos amigos, aprender com mentores e heróis, não ter medo de ser diferente e confiar em nós próprios quando outros não o fazem. Estes e outros ensinamentos estão em "As Lições de Vida de Harry Potter", mas a MAGG pediu a Jill Kolongowski que escolhesse os 5 mais importantes para a autora. "É difícil escolher apenas cinco (o meu livro tem 16 capítulos!), mas vou tentar."

Conseguiu.

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1. Ninguém vence sozinho

"Acho que a maior lição que a saga nos ensinou é que ninguém alcança nada sozinho. Sempre que Harry (e Voldemort também) tentaram fazer as coisas sozinhos, falharam. Harry tem sucesso quando aprende a ser vulnerável e a confiar nos seus amigos e aliados. Quando trabalham em conjunto, pessoas comuns conseguem derrotar um mal extraordinário."

2. Mas também é importante confiar em nós próprios

"Talvez seja um pouco contraditório, mas a saga também nos ensina a acreditar e a confiar em nós próprios. Podemos aprender essa lição de Hermione e Luna Lovegood. Apesar de as duas enfrentarem a ridicularização e isolamento, nenhuma delas muda aquilo que é. Elas acreditam nelas próprias. Mesmo quando outras pessoas as tratam com crueldade, elas não sucumbem à pressão, e o mundo é um lugar melhor graças à sua inteligência e bravura. Harry também nos ensina a confiarmos em nós mesmos. Muitas vezes tem de fazer escolhas que afetam um grande número de pessoas, e tem de confiar em si."

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3. Podemos criar o nosso próprio lar

"Depois do lar abusivo dos Dursleys, Harry encontra finalmente um lugar onde pertence: Hogwarts. Mesmo lá, porém, há alturas em que se sente excluído ou posto de parte. Ele encontra um sentido de casa na relação de amizade com Hermione e Ron, e na casa dos Weasley, que o recebem como se fosse um filho. Mesmo na maravilhosa casa dos Weasley, porém, às vezes Harry sente que não é um deles. Eventualmente, no final, ele é capaz de construir o seu próprio lar com Ginny. Um lar pode ser um sítio, pode ser encontrado nas pessoas que amamos ou pode ser criado."

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4. Os nossos heróis também têm imperfeições

"O maior (e talvez mais imperfeito) herói da saga é o diretor Albus Dumbledore. Dumbledore era um grande feiticeiro e às vezes um ótimo mentor, e certamente que mantinha Harry vivo. Mas era só isto. O seu relacionamento anterior com Grindelwald é preocupante. Em toda a saga, ele ama Harry na mesma quantidade que o manipula. Mas o mesmo acontece com Harry. E com os pais de Harry. A série ensinou-me que os nossos heróis vão dececionar-nos. Isso é um facto. Os nossos pais vão desapontar-nos, porque são pessoas normais. Em vez de esperar que os nossos heróis sejam perfeitos, podemos reconhecê-los como pessoas fantásticas e imperfeitas, e não termos medo de sermos nós, também, heróis imperfeitos."

5. Somos todos feitos de luz e escuridão

"No início a saga parece apontar para uma divisão clara entre o bem e o mal mas, como diz Sirius, "o mundo não está dividido entre pessoas boas e Devoradores da Morte". Os personagens ensinam-nos que todos nós temos capacidade de praticar o bem e o mal, e podemos fazer escolhas sobre qual o caminho a seguir."

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