A vagina é muito importante na vida de uma mulher e requer cuidados e atenção, mas isso não significa que deva alterar as características naturais deste órgão.
Tracey Cox é uma conhecida especialista em sexo e relacionamentos britânica, e elaborou uma lista de produtos e tratamentos que não deve utilizar ou realizar para “melhorar” a sua vagina, pois apenas trarão mais problemas do que aquilo que é realmente desejado.
1. Vapor
O site de lifestyle e bem-estar fundado pela atriz Gwyneth Paltrow, Goop, aconselhava as mulheres a limparem a vagina com vapor para terem “energia extra, para reequilibrarem as hormonas femininas e para terem um útero limpo”. Contudo, isto é uma atividade que não deve realizar.
“Tornar a vagina mais quente do que é suposto não é uma boa ideia, porque este órgão é mantido à temperatura do corpo (37°C) por uma razão. As vaginas quentes criam bactérias maliciosas, como o fungo do género candida que pode levar ao aparecimento de candidíase vaginal”, referiu Tracey Cox, citada pelo jornal “Daily Mail”.
“Embora possa parecer hidratante, a água não está a hidratar as células. O óleo é o que lubrifica a vagina e isso existe em abundância naturalmente. Além disso, a pele da vagina é delicada, sensível e facilmente danificada, se utilizar vapor pode causar queimaduras ou escaldões”, acrescentou a especialista.
2. Ovos jade ou ovos yoni
Semelhante ao ponto anterior, também os ovos de jade garantem um equilíbrio hormonal e um aumento da energia feminina quando inseridos durante alguns minutos ou até durante a noite. Contudo, Tracey Cox revela que não há provas que sustentem esta teoria. Para a especialista, este tipo de ovos são uma “farsa”.
Para além dos ovos de jade ou de yoni, há também quem utilize cristais para limpar o útero de “más energias”. “Tal como os ovos, este tipo de cristais também são uma vigarice. Em vez de se livrar da má energia, vai criar bactérias, porque os cristais são muito porosos”, mencionou Tracey.
3. Produto vaginal com sabor
Este produto vaginal trata-se de supositórios feitos de óleos naturais que contêm aromas e sabores. Utilizam-se todas as noites para aumentar a humidade da vagina imediatamente antes da relação sexual. Tracey Cox alerta que este tipo de produtos apenas tem tendência a criar irritações.
“Quem tem tendência para infeções fúngicas ou irritações deve evitar estes supositórios. Se sofrer de secura vaginal, deve usar um hidratante vaginal ou um lubrificante seguro. Deve custar metade do preço e fará realmente o trabalho”, revelou a escritora.
4. Qualquer produto de higiene feminina perfumado
“Não precisa de produtos de higiene feminina perfumados, como sprays, pós ou toalhetes para a vagina cheirar melhor. Há alternativas, como a lavagem com sabão e sem fragrâncias, que são ótimas”, apontou Tracey Cox.
“Até há pouco tempo, havia pouca investigação sobre os químicos encontrados neste tipo de produtos, mas agora sabe-se que pelo menos um dos ingredientes pode ser tóxico para a vagina, pois as membranas mucosas deste órgão absorvem rapidamente quaisquer químicos sem os metabolizar”, acrescentou.
5. Duches vaginais
Apesar de serem cada vez menos populares, ainda há mulheres que utilizam esta espécie de líquido que muitas vezes contém vinagre, bicarbonato de sódio ou iodo para ficarem com um cheiro mais “fresco” para os seus parceiros. Todavia, estes duches vaginais são “suscetíveis de causar odor vaginal ao perturbar o equilíbrio do pH da vagina, eliminando as bactérias boas de que necessita para combater as infeções e causando irritação e ardor”, explicou a especialista, acrescentando que usar este líquido depois do sexo também não impede de engravidar ou de ter uma doença sexualmente transmissível.
6. Algumas marcas de roupa interior para o período
Atualmente, existem algumas peças de roupa interior que absorvem o sangue da menstruação e evita que este passe para a roupa. Contudo, estas peças contêm substâncias perigosas, como os perfluoroalquiladas (PFAS), que “não se decompõem facilmente no ambiente e, com isso, podem infiltrar-se no seu corpo e acumular-se dentro de si”, descreveu Tracey Cox. “Este tipo de substância está associado a períodos irregulares, tensão arterial elevada e a perturbações nos ovários”, acrescentou a escritora.
7. Esponjas
“São apresentadas como uma alternativa ‘natural’ à utilização de pensos e tampões, mas representam um risco significativo para a saúde. Estudos revelam que estas esponjas podem conter partículas de areia ou até mesmo uma bactéria responsável por causar a síndrome do choque tóxico. Mas não é só isso. Por serem texturizadas e ásperas, também podem causar pequenos arranhões dentro do corpo ao serem inseridas e retiradas, facilitando ainda mais a entrada de bactérias”, revelou Tracey Cox.
8. Cubos de gelo
Alguns vídeos partilhados na rede social TikTok mostram que inserir um cubo de gelo na vagina antes do sexo pode deixá-la mais apertada. Tracey Cox garante que isso não é verdade. “O problema com a introdução de gelo é que este pode colar-se à pele da vagina. Se a ideia de a refrescar ainda não a desmotivou, então utilize um preservativo para criar uma barreira entre si e o gelo”, apontou a especialista.
9. Alimentos
Desfrutar de sexo oral com alguns alimentos pode ser possível desde que sejam facilmente removíveis, como as bananas (com casca), um pepino ou até uma cenoura. Todavia, a lista de alimentos seguros para este ato é relativamente curta. “Os alimentos quentes, picantes e oleosos perturbam o equilíbrio do pH da vagina e acabam por causar irritações. Já para não falar que as bactérias adoram alimentos açucarados”, apontou Tracey Cox.
10. Brinquedos sexuais que não foram limpos corretamente
Ao inserir brinquedos sexuais na vagina tem de ter a certeza de que estão bem limpos e que são utilizados com lubrificante. “A maioria das pessoas atira-os para a gaveta, sem os lavar, e depois voltam a utilizá-los, mas não faça isso. Limpe-os ou lave-os com um produto de limpeza sem sabão antes e depois de os utilizar. Também é importante que enxague e seque bem”, menciona a escritora.
11. Lubrificantes de má qualidade
“Utilizar óleo de bebé pode duplicar a probabilidade de contrair infeções bacterianas e fúngicas. A vaselina contém petróleo e pode levar à mesma reação. Por isso, quando comprar lubrificantes, evite as variedades com sabores, pois contêm açúcar que pode causar infeções por fungos. Os lubrificantes que contêm glicerina podem também fazer o mesmo. Evite todos os lubrificantes que contenham substâncias nocivas como parabenos”, alertou a especialista.