Um grupo de cientistas da California identificou a mutação do vírus que, em março, invadiu a Europa e Estados Unidos. De acordo com a investigação, realizada pelo Los Alamos National Laboratory, a mutação é mais contagiosa do que aquela que se identificou primeiro, quando se registaram os primeiros casos da COVID-19.

A mutação terá aparecido em fevereiro, na Europa, disseminando-se depois para a Costa Este dos Estados Unidos, permanecendo a mais dominante em todo o mundo desde meados de março, dizem os investigadores.

Com 33 páginas, o documento foi partilhado na BioRxiv, um site que os investigadores usam para partilhar trabalho antes de ser revisto, num esforço de acelerar as colaborações entre todos os cientistas à volta do mundo. Segundo o jornal "Los Angels Times", o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido foi baseado numa sequência genética anterior, que pode não ser eficaz contra esta nova mutação.

Estudo. Para cada caso sintomático, há 5 ou mais casos sem sintomas
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A nova mutação é mais contagiosa , tendo infetado um número de pessoas muito superior ao registado em Wuhan, na China. Em poucas semanas, transformou-se na mutação dominante em vários países, o que sugere que é mais infecciosa do que as anteriores, diz o relatório, ressalvando que não são bem conhecidos os motivos para isto.

O relatório partiu da análise de mais de 6 mil sequências de coronavírus em todo o mundo, colhidas pela Global Initiative for Sharing All Influenza Data, uma organização público-privada da Alemanha. Várias vezes, a análise concluiu que a nova versão do coronavírus estava em transição para se tornar na dominante, sendo a responsável pela alteração nos picos dos vírus nos vários países.

"A história é preocupante, porque vemos uma forma modificada do vírus a emergir muito rapidamente e, durante o mês de março, a tornar-se numa forma pandémica dominante", escreveu na sua página de Facebook Bette Korber, bióloga computacional e líder do estudo em questão.  "Quando os vírus com esta mutação entram na população, rapidamente eles começam a dominar a epidemia local, o que os torna mais transmissíveis mais transmissíveis".