É cada vez maior a preocupação com aquilo que comemos. Todos os dias tentamos resistir à tentação da meia de leite com um pão com manteiga, de aceitar a dose de batatas fritas ao almoço e de terminar o dia sentado no sofá a marchar um pacote de bolachas. Quando vamos às compras também tentamos fazer escolhas inteligentes, como por exemplo optar por carnes brancas, como o frango e o peru, e evitar as vermelhas, como o porco.

Mas será que as carnes brancas são mesmo melhores do que as carnes vermelhas? De acordo com um estudo publicado na terça-feira, 4 de junho, no "The American Journal of Clinical Nutrition",  as carnes brancas têm o mesmo efeito que as carnes vermelhas no que diz respeito ao colesterol. Num entanto, segundo a CNN, um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, garante que as carnes brancas podem ser consideradas menos prejudiciais para o coração, uma vez que pode haver outros efeitos nas carnes vermelhas que contribuam para doenças cardiovasculares.

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Este mais recente estudo publicado na revista americana juntou mais de 100 homens e mulheres saudáveis entre os 21 e 65 anos, que, de forma aleatória, foram escolhidos para realizar três dietas ao longo de quatro semanas. Primeiro os participantes fizeram uma dieta à base de carne vermelha, depois de carne branca e no fim uma dieta sem carne.

Ao longo do estudo, foram recolhidas amostras de sangue dos participantes no início e no final de cada dieta. Terminado o teste, os investigadores concluíram que as proteínas vegetais [da dieta sem carne] tiveram um impacto mais saudável sobre o colesterol no sangue.

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Em contrapartida, os efeitos das carnes brancas e vermelhas sobre os níveis de colesterol dos participantes eram praticamente idênticos. O estudo não identificou diferenças significativas nas concentrações de partículas de LDL — conhecido como "colesterol mau" — no sangue dos participantes entre as dietas de carne vermelha e carne branca.

Esta pesquisa também incidiu sobre o tamanho das partículas de colesterol. Os investigadores acreditam que as partículas grandes não contribuem tanto quanto as pequenas para o risco de aterosclerose — a base de doenças como a hipertensão arterial.

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A nutricionista do Centro Rudd de Políticas Alimentares e Obesidade da Universidade de Connecticut, Maria Romo-Palafox, sugere que quem tem problemas de colesterol deve reduzir o consumo de qualquer tipo de carne.

"Se tem problemas de colesterol ou algum histórico familiar de colesterol ou doença cardíaca, então é melhor consumir menos carnes vermelhas e brancas. Deve substituir esses alimentos por feijões, lentilhas, grãos de proteína mais altos, como quinoa ou soja, produtos baseados como tofu e tempeh", explicou.