Várias aplicações de encontro conhecidas de todos estão a ser investigadas por alegadamente permitirem a entrada de menores e de criminosos sexuais nas suas plataformas.

O Bumble, Grindr, The Meet Group e Match Group, que inclui o Tinder, o Match.com e o OkCupid, são os alvos desta investigação que está a ser levada a cabo por um subcomité de Reforma e Revisão da Câmara dos Estados Unidos, relacionada com políticas económicas e de consumo, avança o "Business Insider".

Apesar de estas empresas definirem os 18 como idade mínima para a utilização nas plataformas, esta quinta-feira, 30 de janeiro, o subcomité enviou cartas separadas a cada uma delas solicitando informações sobre a idade dos utilizadores, dos procedimentos para a verificação das idades e ainda sobre reclamações relacionadas com assaltos, violações ou uso dos serviços por menores de idade.

Uma das maiores preocupações reside nos privilégios concedidos pelas versões gratuitas e pagas destas plataformas. "A nossa preocupação com o uso de aplicações de namoro por menores de idade cresce devido a relatos de que muitas aplicações populares gratuitas permitem que criminosos sexuais as usem, enquanto as versões pagas dessas mesmas aplicações ocultam os criminosos sexuais registados", avançou em comunicado Raja Krishnamoorthi, o democrata do estado americano de Illinois, que preside o subcomité. "A proteção contra predadores sexuais não devia ser um luxo confinado aos utilizadores que pagam."

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Além disto, o subcomité está ainda a investigar a utilização dos dados que são solicitados por estas empresas, aqueles que permitem fazer as correspondências entre pessoas — orientação sexual, identidade de género, opiniões políticas, consumo de álcool, tabaco ou drogas.

De acordo com um relatório citado pelo mesmo subcomité, o Grindr, OKCupid e Tinder disponibilizam estas informações pessoais dos utilizadores a empresas de tecnologia e de publicidade, violando as leis europeias de privacidade de dados. Neste relatório, o Conselho Norueguês do Consumidor disse ter encontrado "sérias violações à privacidade" na análise que tinha feito, afirmando que as informações dos utilizadores eram disponibilizadas a empresas de anúncios online que rastreiam e criam perfis dos mesmos.

O "Business Insider" tentou contactar as plataformas em questão e só obteve resposta por parte da IAC, empresa que controla a Match Group, que detém o Tinder, OkCupid e o Match.com. Afirmou que apenas partilha as informações quando é "necessário operar na sua plataforma" com aplicações de terceiros, ressalvando que está "alinhada com todos os regulamentos europeus e dos Estados Unidos", termina o "Business Insider".